O jovem espanhol da UAE Emirates aproveitou um momento de debilidade do ciclista da Red Bull-BORA-hansgrohe na ascensão de primeira categoria para lançar um ataque, nos derradeiros 600 metros dos 168 quilómetros entre Castel di Sangro e Tagliacozzo, cortando a meta em 04:20.25 horas.
Roglic minimizou os efeitos da momentânea quebra, sendo quarto a quatro segundos, o mesmo tempo cedido pelo mexicano Isaac del Toro, que garantiu uma dobradinha à UAE Emirates, e pelo colombiano Egan Bernal (INEOS), o vencedor da edição de 2021 que foi terceiro.
“É a minha quarta grande Volta (...) Algumas vezes estive muito perto, mas nunca conseguir concretizar. Chegar, finalmente, à vitória hoje (sexta-feira), no meu primeiro Giro, é muito especial e algo que vou sempre lembrar”, reconheceu Ayuso.
O terceiro classificado da Vuelta-2022 subiu a segundo da geral, liderada outra vez por Rogla, após Mads Pedersen (Lidl-Trek) ter perdido o contacto com o grupo de favoritos no início da ascensão final, despedindo-se da camisola que envergou durante cinco dias, quatro deles consecutivos.
O vencedor da edição de 2023 da corsa rosa tem quatro segundos de vantagem sobre o espanhol da UAE Emirates e nove sobre Del Toro, com a quarta posição a ser de Antonio Tiberi (Bahrain Victorious), companheiro do português Afonso Eulálio, que foi 72.º e é 105.º na geral, a 37.38 minutos.
Jay Vine (UAE Emirates), que na véspera tinha sido dado como desistente pela organização, foi o primeiro atacante da jornada, sendo alcançado pouco depois por Nicolas Prodhomme (Decathlon AG2R La Mondiale), Alessandro Tonelli (Polti-VisitMalta), Gianmarco Garofoli (Soudal Quick-Step) e Christian Scaroni (XDS Astana).
A importância do australiano levou a uma perseguição intensa da Red Bull-BORA-hansgrohe, com Vine a abdicar mesmo da iniciativa, a que se juntaram, posteriormente, Paul Double (Jayco AlUla), Manuele Tarozzi (VF Group-Bardiani CSF-Faizanè) e Gijs Leemreize (Picnic PostNL).
A 40 quilómetros da meta, Romain Bardet (Picnic PostNL) e o também francês David Gaudu (Groupama-FDJ) caíram. Se o vice-campeão do Tour2016, a correr a sua última grande Volta, reentrou quase de imediato – mas acabaria por descolar na subida e ceder pouco mais de cinco minutos -, Gaudu, escudado por toda a sua equipa, demorou a recuperar e pagou o esforço na ascensão final, perdendo 51 segundos na meta.
A pouco mais de 11 quilómetros da chegada, no início da subida, Mads Pedersen (Lidl-Trek) despediu-se definitivamente da ‘maglia rosa’, descolando do pelotão e entregando a liderança a Roglic.
A seis quilómetros do final, Afonso Eulálio entrou ao serviço, assomando à frente do grupo dos favoritos para trabalhar para Tiberi, e acabou com a fuga. Cautelosos, os candidatos marcaram-se até Ayuso, percebendo as dificuldades do esloveno da Red Bull, arrancar.
“Sabia que só tinha de fazer um ataque. Que não podia brincar, fazendo dois ou três. Neste tipo de finais, que são muito explosivos, só temos uma bala. Quando vi a distância que consegui, fui ao máximo até ao final”, descreveu, assumindo que tão importante quanto ganhar a sétima etapa, foi recuperar o tempo perdido no contrarrelógio do segundo dia.
Quem também impressionou foi Egan Bernal, finalmente a recordar as prestações que o levaram a vencer o Giro e o Tour2019, três anos depois do terrível acidente – chocou contra um autocarro enquanto treinava – que poderia ter acabado com a sua carreira.
No sábado, os ciclistas vão cumprir 197 quilómetros entre Giulianova e Castelraimondo, encontrando uma contagem de primeira categoria a meio da jornada, antes de uma chegada sem grandes complicações.