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Giro: Kooij fechou fim de semana perfeito da Visma-Lease a Bike com triunfo em Roma

Olav Kooij venceu 21.ª etapa
Olav Kooij venceu 21.ª etapaFerrari/LaPresse / Shutterstock Editorial / Profimedia
A Visma-Lease a Bike fechou este domingo com chave de ouro a 108.ª Volta a Itália em bicicleta, com Olav Kooij a vencer a 21.ª etapa no dia da consagração do seu colega britânico Simon Yates como campeão.

Já não havia nada para decidir nas classificações do Giro, mas a equipa neerlandesa fez de tudo para prolongar o seu fim de semana de sonho, com Wout van Aert, determinante para o sucesso de Yates na véspera, a lançar o jovem sprinter de 23 anos para a vitória em Roma.

“Não podíamos desejar uma última semana melhor”, resumiu Olav Kooij, após bisar na 108.ª edição – ganhou a 12.ª etapa -, à frente do australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) e do italiano Matteo Moschetti (Q36.5), respetivamente segundo e terceiro com as mesmas 03:12.19 horas.

Após uma primeira metade da época dececionante, a Visma-Lease a Bike voltou a reinar, saindo do Giro com três triunfos em etapas e, sobretudo, com a vitória na geral de Simon Yates, que sucede no palmarés dos vencedores ao gigante Tadej Pogacar, o esloveno que este ano preferiu centrar-se nas clássicas antes de tentar a terceira vitória no Tour.

“Honestamente, acho que ainda não absorvi (que ganhou o Giro). Que grande momento na minha carreira”, declarou o britânico de 32 anos, que este domingo chegou no pelotão e manteve os 03.56 minutos de vantagem sobre o mexicano Isaac del Toro (UAE Emirates), que foi segundo, e os 04:43 minutos para o equatoriano Richard Carapaz (EF Education-EasyPost), que fechou o pódio.

A derradeira etapa começou com uma visita ao Vaticano, com o pelotão a parar na Praça de São Pedro para ser abençoado pelo Papa Leão XIV, que foi ladeado pelos vencedores das várias classificações, enquanto dizia que os ciclistas eram um exemplo para jovens de todo o mundo.

Já com os 143 quilómetros com início e final em Roma a contarem, houve tempo para as tradicionais fotos festivas, com o maglia rosa a juntar-se ao gémeo Adam (UAE Emirates) para uma recordação de família e os dinamarqueses, incluindo o vencedor da classificação por pontos, Mads Pedersen (Lidl-Trek), a rodearam Jakob Fuglsang.

Vencedor de dois Monumentos e de dois Critérios do Dauphiné e vice-campeão olímpico de fundo no Rio2016, o ciclista da Israel-Premier Tech terminou a carreira, aos 40 anos, numa jornada em que também o francês Romain Bardet (Picnic PostNL), segundo no Tour2016 e terceiro em 2017, se despediu das grandes Voltas.

A Visma-Lease a Bike eternizou para a posterioridade o seu equipamento especial, em que o amarelo foi substituído pelo rosa, tal como Isaac del Toro, o melhor jovem, e Lorenzo Fortunato (XDS Astana), o rei da montanha, quiseram assinalar o seu momento junto aos seus colegas.

Foram várias as tentativas de fuga, mas nenhuma pegou, porque as equipas dos sprinters estavam apostadas em dar um último momento de glória aos seus homens rápidos. O francês Enzo Paleni (Groupama-FDJ) e Josef Cerný (Soudal Quick-Step) foram os últimos aventureiros a serem alcançados, com o checo a ser absorvido pelo pelotão já dentro dos derradeiros 6.000 metros.

Lançado o sprint, Kooij soube seguir a roda de Van Aert e confirmou o favoritismo, recebendo um convite de última hora para a festa de Simon Yates.

“É um momento definidor da minha carreira. Já tive vários sucessos, mas nenhum chega perto deste”, confessou o vencedor do Giro.

No adeus da 108.ª edição, que começou em 09 de maio em Durrës (Albânia) e que terminou sem portugueses em prova, após a desistência de Afonso Eulálio (Bahrain Victorious) na sexta-feira, destaque ainda para o quarto lugar final do canadiano Derek Gee (Israel-Premier Tech).

Nono no último Tour, o vencedor d’O Gran Camiño foi uma das surpresas, assim como os homens que o seguem na geral, os italianos Damiano Caruso (Bahrain Victorious) e Giulio Pellizzari (Red Bull-BORA-hansgrohe), que deram uma alegria às suas equipas, após as desilusões sofridas com Antonio Tiberi e Primoz Roglic.

Quatro anos depois de vencer o Giro e após um longo calvário na sequência de um choque com um autocarro, Egan Bernal (INEOS) voltou a integrar o top 10 de uma grande Volta, acabando no sétimo lugar.