Tarling, que, aos 21 anos, se tornou o mais jovem vencedor de um contrarrelógio no Giro, completou em 16,07 minutos os 13,7 quilómetros da curta tirada disputada em Tirana, e depois ainda teve de suportar uma longa espera para saber se faria história na 108.ª edição da prova.
“Ainda não acredito, para ser sincero. É algo que tenho tentado fazer e deixa-me tão feliz”, desabafou Tarling, que deu um salto de 21 lugares da classificação individual, para o 38.º, ainda a distantes 1.34 minutos do novo comandante.
Dos 58 ciclistas que se terminaram depois do britânico, Roglic foi o que mais se aproximou, concluindo a etapa com partida e chegada na capital albanesa a um segundo de Tarling, enquanto o australiano Jay Vine (UAE Emirates) foi o terceiro mais rápido, a três segundos de distância.
Vencedor do Giro em 2023, Roglic começa a abrir caminho a uma segunda conquista no Giro e vai partir com a camisola rosa vestida já na terceira tirada, pela mesma margem com que foi batido por Tarling, que suspirou de alívio quando viu o tempo final do esloveno.
“Não foi nada agradável, não gostaria de repetir (a espera). Foi um dia bastante longo para apenas 13 quilómetros... O Primoz (Roglic) chegou a assustar-me, por isso, sim, foram momentos de grande stresse”, admitiu o britânico.
Rogla detém um segundo de vantagem na geral individual sobre o dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek), que se impôs na etapa inaugural foi hoje desalojado do comando, enquanto o checo Mathias Vacek, colega de equipa de Pedersen, manteve-se no terceiro lugar, agora a cinco segundos do camisola rosa.
“Foi uma boa surpresa. Sabes que és forte, mas não fazes ideia quão rápidos serão os outros. Hoje, foi mesmo muito disputado e ficar a um segundo de distância... Por isso, estou, realmente, muito satisfeito”, observou no novo comandante.
Raramente um favorito – e não existe maior favorito nesta edição do Giro do que Roglic – se encontra no topo da classificação tão cedo numa grande volta e é provável que o esloveno não gaste muita energia a defendê-la, preferindo guarda-la para os momentos das grandes decisões.
Essas não deverão acontecer já na Albânia, ainda o palco da terceira etapa, no domingo, ao longo de 160 quilómetros, com partida e chegada na cidade costeira de Vlorë, que permitirá à caravana do Giro atravessar o Adriático e entrar em território italiano, na região de Apúlia.
“Isso (a liderança) não muda muito o meu plano. E o plano passa por envergá-la na chegada, em Roma. Amanhã (domingo), é mais uma boa etapa para Pedersen. Veremos o que vai acontecer. Provavelmente, vão recuperar” a camisola rosa, observou Roglic.
O português Afonso Eulálio (Bahrain-Victorius), a fazer a estreia em grandes voltas, terminou a etapa no 92.º lugar, a 1,23 minutos do vencedor, e desceu uma posição na classificação geral, para a 109.ª, a 9,40 do camisola rosa.