Com um desnível acumulado de 52.500 metros, mais 10 mil do que na passada edição, conquistada pelo (ausente) esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), este Giro promete, como sempre, dureza, mas também uma homenagem ao Papa Francisco, com a última etapa a atravessar o Vaticano antes da consagração dos vencedores, em Roma, em 01 de junho.
É já na sexta-feira que a 108.ª edição da corsa rosa parte de Durrës, com a Albânia a acolher, pela primeira vez, a Grande Partenza – é a 15.ª vez que a prova começa fora de Itália.
Depois de alguma incerteza quanto à capacidade organizativa dos albaneses, o que levou mesmo os responsáveis pela prova a adiarem a apresentação do percurso até janeiro, os ciclistas vão cumprir as três primeiras etapas naquele país, com o ponto alto reservado para o segundo dia e para os 13,7 quilómetros de contrarrelógio nas ruas de Tirana – o pelotão enfrentará novo crono na 10.ª tirada, este com 28,6 quilómetros.
A saída do estrangeiro implica que este Giro tenha três dias de descanso, o primeiro logo na segunda-feira, dia 12 de maio, com a caravana a mudar-se para Itália, onde encontrará caminhos de terra à nona etapa: serão 30 os quilómetros de sterrato que os corredores vão enfrentar, por estradas habitualmente percorridas na Strade Bianche.
Este piso, sempre espetacular e imprevisível, pode fazer uma primeira seleção na geral, com os candidatos a enfrentarem nova jornada importante duas etapas depois, com a subida ao l'Alpe San Pelligrino no meio de uma etapa que termina em Castelnove Ne’Monti.
Embora proponham um permanente sobe e desce, as duas primeiras semanas da corsa rosa são acessíveis e sem dificuldades impossíveis, fechando com uma incursão na Eslovénia, um ‘piscar de olho’ da organização que o campeão em título Tadej Pogacar decidiu ignorar.
Ainda assim, há outro esloveno, o favorito número um Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), que quererá lutar pelo triunfo em Gorizia (14.ª etapa), dois antes de o derradeiro dia de descanso servir como respiro antes de uma semana de loucos.
São quatro as etapas de alta montanha reservadas para as últimas jornadas, percorridas no norte de Itália: a 16.ª, com a chegada a coincidir com uma contagem de primeira categoria em San Valentino, a 17.ª, que inclui uma passagem no emblemático Mortirolo, a 19.ª, com três contagens de primeira, e a 20.ª.
No penúltimo dia, os ciclistas vão escalar o Colle delle Finestre, uma categoria especial instalada a 2.178 metros de altitude, que é a Cima Coppi (ponto mais alto do traçado) desta edição, rumo a Sestrières.
“Este Giro não tem subidas verdadeiramente difíceis, mas, por exemplo, a ascensão a Sestrières é longa e esgotante”, descreveu Vincenzo Nibali, vencedor das edições de 2013 e 2016, aquando da apresentação.
Após uma longa deslocação, os ciclistas cumprirão 143 quilómetros com início e final em Roma, e passagem no Vaticano, com a capital italiana a testemunhar a coroação do sucessor de Pogacar, após 3.443,3 quilómetros.
“Será uma corrida muito dura. Os corredores é que a podem fazer difícil, mas preparámos um percurso para todos os tipos de ciclista. (...) Esperemos que haja atacantes preparados para dar espetáculo”, explicou o diretor de prova, Mauro Vegni, na cerimónia de apresentação.