“Não é um contrarrelógio que me agrada muito, pelo tipo de percurso. E o facto de também estar a chover, torna-o um percurso muito mais perigoso. Neste tipo de dias, o importante é tomar algum tipo de prudência nas curvas, nas rotundas. Realmente em alguns (...) momentos do percurso, a estrada estava muito irregular. Havia que ter bastante posição, agarrar bem os apoios. E, pronto, acho que as minhas pernas realmente responderam bem”, analisou o ciclista português.
Rui Costa foi 25.º no contrarrelógio de 32,4 quilómetros entre os Invalides e a Ponte Alexandre III, ficando a 02.48 minutos do novo campeão olímpico, o belga Remco Evenepoel.
“O facto é que não tive muito tempo para preparar este tipo de disciplina. Não é a minha disciplina favorita, mas requer sempre algum tipo de trabalho. (...) Dei o meu melhor. O resultado de certeza é que não vai ser excelente, o foco também está na próxima semana na prova em linha e aí sim é que é preciso estar bem”, vincou, ainda antes de conhecer a sua classificação final.
Campeão mundial de fundo em 2013, o poveiro de 37 anos sabe o que é preciso para ganhar um grande título por seleções, perspetivando que a prova de dia 03 de agosto será “muito aberta”.
“É um percurso não muito duro, mas tem algum tipo de dificuldade. A dificuldade maior talvez seja mesmo o percurso em si pelo facto de ter 270 e algo quilómetros. E também um fator muito importante é que o pelotão não é grande, e as seleções que são as potências para a prova em linha não trazem muitos corredores, apenas quatro. Então, eu acredito que será um percurso muito aberto, será algo estratégico na parte final e, aí sim, temos que estar no momento certo e no sítio certo, à hora certa”, antecipou.
Para os 272,1 quilómetros com início e final em Trocádero, Costa só espera que “as pernas respondam bem”.
“Também posso dizer que, no fundo, tanto da minha parte como da do Nelson (Oliveira) acho que o trabalho também está feito. Há que manter a performance do Tour e dar o máximo. Dar sempre o máximo porque, sempre que visto a camisola da minha equipa, mas sobretudo a camisola do Portugal, acho que algo em mim transforma-se e realmente espero que esse dia possa ser já no sábado, que as coisas corram bem tanto para mim como para o Nelson”, concluiu.
Também Oliveira lançou a prova em linha, revelando que, apesar de ainda não terem definido a estratégia com o selecionador José Poeira, a ideia de ambos é que o sétimo classificado no contrarrelógio ajude o atual campeão nacional de fundo.
“Taticamente, vai ser uma corrida bastante difícil de gerir, porque são 270 quilómetros, há seleções bastante fortes que vão tentar meter alguém na fuga para obrigar outros a trabalhar. Nós, como uma seleção mais pequena, só com dois atletas, vamos ter de gerir bem isso, mas vai ser no momento da corrida. E creio que não há melhor ciclista do que o Rui Costa para jogar taticamente”, defendeu o ciclista que este sábado conquistou o primeiro diploma para Portugal nos Jogos Olímpicos Paris-2024.