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Ciclismo: Van der Poel lamenta erro de Pogacar, que viveu dia difícil no Paris-Roubaix

Van Der Poel, Mathieu Pogacar e Tadej Pedersen
Van Der Poel, Mathieu Pogacar e Tadej PedersenČTK / imago sportfotodienst / Fotoreporter Sirotti Stefano
Mathieu van der Poel lamentou este domingo que o erro de Tadej Pogacar tenha impedido que os dois discutissem o triunfo no Paris-Roubaix, enquanto o ciclista esloveno reconheceu ter vivido uma das jornadas mais duras da carreira.

Penso que se ele não tivesse cometido o erro, provavelmente teríamos chegado os dois ao velódromo. Penso que o veremos aqui no próximo ano para tentar vingar-se”, resumiu o neerlandês da Alpecin-Deceuninck, após conquistar a ‘clássica das clássicas’ pelo terceiro ano consecutivo.

Uma queda decidiu hoje o vencedor do Paris-Roubaix, com ‘MVDP’ a cortar em solitário a meta no final dos 259,2 quilómetros entre Compiègne e o velódromo de Roubaix, após 5:31.27 horas, deixando o ciclista da UAE Emirates, que saiu em frente numa curva a 38 quilómetros do final, a 1.18 minutos.

“A velocidade era demasiado alta e penso que ele calculou mal a curva. Felizmente, fui suficientemente rápido para evitar (a queda)”, avaliou Van der Poel sobre o momento que afastou o esloveno, que definiu como “um talento excecional”, da discussão da vitória.

O neerlandês igualou assim os oito ‘Monumentos’ de ‘Pogi’, uma semana depois de ter perdido para o campeão mundial na Volta a Flandres e menos de um mês após ter vencido a Milão-Sanremo, e entrou na galeria dos ciclistas que ganharam três vezes seguidas o ‘Inferno do Norte’, igualando Francesco Moser (1978-1980) e Octave Lapize (1909-1911).

Estou feliz por ter encontrado novamente as minhas melhores pernas”, congratulou-se, confessando que, quando furou, já nos derradeiros quilómetros, ficou preocupado porque o seu rádio não funcionava e não podia chamar o carro da equipa, que, no entanto, apareceu rapidamente para lhe substituir a bicicleta.

Azarado na estreia no Paris-Roubaix, Tadej Pogacar não era, no final, um ciclista desanimado – entrou no velódromo a acenar ao público -, até porque alcançou o melhor resultado de um campeão em título do Tour no ‘Inferno do Norte’ em 50 anos, mais concretamente desde que Eddy Merckx foi segundo em 1975, após conquistar a sua quinta e última Volta a França.

Foi uma das corridas mais difíceis que fiz na minha carreira. É uma pena não ter computador (avariou na queda) nos últimos 40 quilómetros, porque penso que o final ia ser espetacular. Quando estávamos cinco (ciclistas na frente), estava com alguns dos meus melhores dados de potência de sempre”, revelou.

Sobre a queda, o corredor da UAE Emirates justificou que estava a observar as motos que seguiam à sua frente e não as viu curvar.

Quando cheguei à curva, ia mesmo depressa, porque estava vento traseiro e eu estava a atacar. Ia demasiado rápido”, pontuou.

Em terceiro ficou o dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek), garantindo que, pela primeira vez na história, o pódio em Roubaix e na Volta a Flandres tivesse os mesmos três ciclistas.

Foi o melhor a que podia aspirar depois do furo. Nunca sabemos o que pode acontecer, é a beleza desta corrida. É boa de ver, porque tudo pode acontecer. Hoje, eu fui o azarado, com um furo num momento muito mau. Quando o Tadej ataca, ter um furo não é o ideal”, disse no final.

Segundo há uma semana na Volta a Flandres, onde ‘MVDP’ foi terceiro, Pedersen furou quando Pogacar atacou a 70 quilómetros da meta e nunca mais alcançou a frente da corrida, tendo de ‘contentar-se’ com o terceiro lugar, à frente de Wout van Aert (Visma-Lease a Bike).

Ouvi-os falar e, apesar de não perceber flamengo, não sou estúpido. Consigo usar os meus ouvidos e tinha o feeling que queriam atacar-me, mas tentei manter a velocidade elevada e transmitir-lhes a ideia de que estava preparado para tudo”, relatou, referindo-se a ‘WVA’ e a Florian Vermeersch (UAE Emirates), os dois belgas com quem cortou o risco, a 02.11 minutos do vencedor.

Já Van Aert, novamente quarto como há uma semana, assumiu que não estava confiante em sprintar contra Pedersen, tendo aguardado que o dinamarquês lançasse o sprint, sem o conseguir acompanhar.

Claro que ambicionava mais mas não tenho arrependimentos”, garantiu o homem que hoje nunca foi capaz de seguir os ataques dos três primeiros.