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Ciclismo: Milan está mais verde no Tour graças à sua Lidl-Trek

Milan de verde
Milan de verdeMarco Bertorelo/AFP

odos os agradecimentos endereçados por Jonathan Milan aos seus companheiros da Lidl-Trek foram hoje merecidos, com o ciclista italiano a bisar na 17.ª etapa da Volta a França graças a um verdadeiro esforço coletivo.

O camisola verde esquivou uma queda no derradeiro quilómetro dos 160,4 quilómetros desde Bollène para inscrever o seu nome na galeria de vencedores em Valence, conquistando a última etapa dedicada aos sprinters da 112.ª edição, já depois de ter ficado atrasado na primeira contagem de montanha de quarta categoria da jornada.

Estou verdadeiramente feliz, sem palavras. Não teria sobrevivido sozinho, sem a ajuda dos meus colegas. Tenho mesmo de destacar isto, porque sem eles teriam ficado descolado numa das subidas. (…) Esta é uma vitória coletiva fantástica, tenho mesmo de agradecer-lhes do fundo do meu coração”, elogiou o italiano de 24 anos.

Já vencedor da oitava etapa, Milan ergueu pela segunda vez os braços na sua primeira Volta a França, impondo-se ao belga Jordi Meeus (Red Bull-BORA-hansgrohe) e ao dinamarquês Tobias Lund Andresen (Picnic PostNL), respetivamente segundo e terceiro com as mesmas 03:25.30 horas do vencedor.

De fora da discussão pela etapa ficou Tim Merlier (Soudal Quick-Step), o grande rival do ciclista da Lidl-Trek nas chegadas ao sprint, após de ter sido atrasado pela queda que apanhou o eritreu Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) – o vencedor da classificação por pontos do Tour2024 cortou a meta visivelmente mal tratado e a sua continuidade na prova está em dúvida.

Já os homens da geral, assim como o português Nelson Oliveira (Movistar), escaparam ilesos e concluíram a tirada com o mesmo tempo de Milan; assim, Tadej Pogacar (UAE Emirates) vai enfrentar, na quinta-feira, a etapa ‘rainha’ da 112.ª edição com 04.15 minutos de vantagem sobre o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) e 09.03 sobre o alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe), que é terceiro.

Antes do arranque da 17.ª etapa, a notícia foi a presença de Tobias Halland Johannessen, o oitavo da geral, que na véspera foi transportado ao hospital depois de receber oxigénio no alto do Mont Ventoux.

Recuperado das cólicas estomacais e após receber ‘luz verde’ dos médicos que acompanham a prova, o norueguês da Uno-X alinhou na tirada, que começou imediatamente com um ataque de Vincenzo Albanese (EF Education-EasyPost), Quentin Pacher (Groupama-FDJ), Mathieu Burgaudeau (TotalEnergies) e Jonas Abrahamsen (Uno-X).

O quarteto, que foi durante longos quilómetros perseguido por Axel Laurance (INEOS) – o francês acabaria por abdicar -, estabeleceu uma margem superior a dois minutos, controlada à distância pela Lidl-Trek.

Faltavam menos de 100 quilómetros para a meta quando a INEOS, encabeçada pelo veterano Geraint Thomas, o campeão de 2018 que está a correr o último Tour, assomou à frente do pelotão, na tentativa de endurecer a corrida no Col du Pertuis de modo a ‘eliminar’ os sprinters puros e deixar Sam Watson em boa posição para discutir a etapa.

O plano da equipa britânica chegou a parecer bem-sucedido, já que Milan e Merlier ficaram atrasados, também devido às muitas acelerações na primeira de duas contagens de montanha de quarta categoria da jornada, mas, graças ao trabalho da Lidl-Trek e das outras equipas afetadas, acabaram por recolar.

Foi já depois de Carlos Rodríguez (INEOS) e Julian Alaphilippe (Tudor) terem caído e de Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) ter atacado, sem chegar aos homens da frente, que a fuga acabou, com Jonas Abrahamsen a ser alcançado dentro dos derradeiros cinco quilómetros, percorridos debaixo de uma chuva intensa.

A queda desorganizou os ‘comboios’ dos sprinters, mas Milan nem se apercebeu do que aconteceu atrás de si – soube apenas na ‘flash-interview’ -, esperando o momento certo para acelerar e reforçar a camisola verde.

“Hoje, tenho uma distância maior, por isso estou um pouco mais relaxado. Mas vou continuar a lutar e somar o maior número de pontos possível”, prometeu o italiano, que tem agora 72 pontos de vantagem sobre Pogacar nesta classificação.

A luta do esloveno da UAE Emirates é outra e conhece um novo episódio na 18.ª etapa, que termina no Col de la Loze, o ‘teto’ deste Tour (2.304 metros), após 171,5 quilómetros desde Vif, que incluem ainda ascensões ao Glandon e à Madeleine, também de categoria especial, e 5.500 metros de desnível acumulado.