Algum rival?
O esloveno esmagou todos os rivais no ano passado, com uma superioridade que não se via desde os tempos de Eddy Merckx. Ganhou tanto, 25 vitórias incluindo o hat-trick do Giro-Tour-Campeonato do Mundo, que o próprio ciclista admitiu que será "difícil" fazer melhor.
Mas o resto do pelotão está à espera de mais uma campanha infernal do líder dos Emirados Árabes Unidos, que só planeia começar a competir nas clássicas e poderá chegar às 100 vitórias em 2025 (tem 88).
Nas clássicas, o neerlandês Mathieu Van der Poel, atual vencedor da Volta à Flandres e do Paris-Roubaix, parece ser o seu grande rival.
Para as grandes voltas, o belga Remco Evenepoel está de novo na enfermaria e não regressará antes de abril, enquanto o dinamarquês Jonas Vingegaard, o seu principal rival na Volta a França dos últimos anos, está otimista: "Posso vencê-lo".
Enquanto espera para os ver disputar a Grand Boucle, em julho, Pogacar tem em vista a Milão-San Remo, uma das poucas corridas que lhe faltam no palmarés.
Finalmente um prémio para Van Aert?
Já na casa dos 30, os anos passam e Wout van Aert ainda não ganhou um monumento em calçada, apesar de todos os especialistas lhe preverem um grande futuro nas clássicas quando ganhou a Volta à Flandres em 2018. "Se me tivessem perguntado na altura se teria ganho um monumento antes de 2025, provavelmente teria dito que sim", admitiu o belga, que foi ultrapassado nos últimos anos pelo grande rival, o neerlandês Mathieu Van der Poel.
Se o azar (acidentes, doenças) o permitir, o ciclista da Visma continuará a tentar, mesmo que a concorrência seja cada vez mais dura. "Ainda acho que tenho uma Volta à Flandres ou uma Paris-Roubaix nas pernas. Se o conseguir, será um grande alívio. Se não, terei gostado de tentar realizar os meus sonhos", acrescentou o flamengo.
Que equipas serão despromovidas?
A época será também marcada por ser a última do ciclo de três anos após o qual serão atribuídas as 18 licenças World Tour (1.ª divisão) para os próximos anos, algo fundamental para a sobrevivência da maioria das equipas, uma vez que pertencer à elite lhes garante a presença nas grandes provas, como a Volta a França.
Duas equipas da segunda categoria (Pro Tour), Israel PT e Lotto, têm quase assegurado o regresso à elite.
Entre os candidatos à despromoção, os mais prejudicados são a Astana e duas equipas francesas, a Arkéa-B&B Hotels e a Codifis. A caça aos pontos UCI será mais importante do que nunca.
Acidentes e cartões amarelos
A época de 2024 foi marcada por uma sucessão de acidentes espectaculares, para não falar dos sofridos pelas grandes estrelas, que acabaram por influenciar os resultados. Wout Van Aert, Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel e Primoz Roglic, quatro das seis grandes estrelas do pelotão, acabaram no hospital com fraturas.
A pré-época tem sido uma oportunidade para discutir a forma de melhorar a segurança dos ciclistas. Alguns defendem a redução do número de bicicletas, por exemplo, limitando o seu desenvolvimento. Em 2023, a UCI lançou uma estrutura ("SafeR") para refletir sobre esta questão e, após um período de testes, em 2025 vai lançar um sistema de cartões amarelos para sancionar comportamentos perigosos, com a ameaça de suspensões para os reincidentes.
Fim da seca francesa no Tour?
Em 2025, passarão 40 anos desde a última vitória francesa no Tour... e, salvo milagre, os adeptos franceses terão ainda de esperar para encontrar um sucessor de Bernard Hinault. Pilotos como Lenny Martinez, exilado no Bahrain, ou Paul Seixas, o jovem prodígio de 18 anos que se vai estrear no World Tour, podem estar na discussão, mas de momento não parecem estar à altura de Pogacar ou Vingegaard.
O ciclista francês mais bem sucedido dos últimos anos, Julian Alaphilippe, partiu para a equipa suíça Tudor com o objetivo de relançar uma carreira que estagnou nas duas últimas épocas.