“É uma grande perda para nós. Estava num grande momento de forma, é um colega muito combativo. Estava a ser o herói da equipa pela sua capacidade de aguentar. É uma pena que tenha sido forçado a desistir”, declarou o campeão em título da Grande Boucle, que procura a quarta vitória na geral da prova francesa.
Quarto classificado do Tour-2024, João Almeida abandonou a 112.ª Volta a França no decurso da nona etapa, quando estavam decorridos 89 quilómetros dos 174,1 quilómetros entre Chinon e Châteauroux.
“Hoje, rolava-se rápido, até eu sofri na bicicleta. Não posso imaginar o que ele estava a passar”, acrescentou Pogi, no final da segunda etapa mais rápida da história do Tour, ganha pelo belga Tim Merlier (Soudal Quick-Step), com uma média de 50,013 km/h e muito calor.
Na sexta-feira, o português de 26 anos ficou envolvido numa queda a pouco mais de seis quilómetros do final dos 197 entre Saint-Malo e o Muro da Bretanha, fraturando uma costela e ficando com escoriações profundas no corpo.
“Lutou muito nestes dias. Espero que se recupere rapidamente”, disse o esloveno, antes de elogiar novamente o seu colega português: “Era um luxo tê-lo bem colocado na geral”.
Quando caiu, Almeida era sétimo da geral, depois de ter desempenhado um papel fundamental na 100.ª vitória de Pogacar, na quarta etapa da Grande Boucle – foi mesmo eleito melhor gregário da primeira semana da prova.
“Agora, temos menos um trepador, há que ter isso em conta. Teremos de modificar os nossos planos e enfrentá-lo com (apenas) sete (corredores). Vamos trabalhar para que (a desistência de Almeida) não nos afete demasiado", pontuou.
Tal como o camisola amarela, também o espanhol Marc Soler lamentou o abandono do seu colega, definindo-o como “um corredor fundamental”.
“Estava a fazer uma temporada muito boa. É uma pena, porque era um homem importante na nossa equipa”, declarou.
Primeiro ciclista na história a vencer as Voltas à Suíça, Romandia e País Basco na mesma temporada, o melhor voltista português da atualidade é uma baixa de peso na UAE Emirates, com Soler a definir como “um contratempo” o abandono de Almeida.
“Temos de continuar com o nosso plano, e veremos como sai. Acredito que nos sairemos bem. Se, antes, tínhamos de dar 200%, agora temos de dar ainda mais”, reconheceu.