Tadej Pogacar elogiou o trabalho “fantástico” de João Almeida na quarta etapa da Volta a França, em que o ciclista esloveno da UAE Emirates somou a centésima vitória, um feito no qual o português ficou orgulhoso de participar.
“Tentei um ataque na última subida, o Jonas (Vingegaard) seguiu-me e tudo se conjugou. Depois, o João fez um trabalho simplesmente fantástico para guiar-me até mesmo ao final, inclusive com outros a atacarem”, enalteceu o campeão mundial de fundo após impor-se em Rouen, no final de 174,2 quilómetros desde Amiens.
Aos 26 anos, ‘Pogi’ chegou à centena de vitórias, ao bater o camisola amarela Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck) e o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), contando com o precioso auxílio do seu colega português quer na Rampe Saint-Hilaire, a última subida do dia, quer a anular ataques na aproximação à meta ou a posicioná-lo para o sprint final.
“Estou super feliz e orgulhoso pela equipa hoje”, elogiou o esloveno, que empatou em tempo com o camisola amarela e tem Vingegaard a oito segundos, na terceira posição.
O triunfo número 100 de Pogacar foi bem ao seu estilo, com a explosiva chegada a Rouen a assemelhar-se à de uma clássica, a verdadeira paixão do homem que conquistou três vezes o Tour (2020, 2021 e 2024) e o Giro2024, mas tem no seu currículo quatro Voltas à Lombardia, três Liège-Bastogne-Liège, três Strade Bianche, duas Voltas a Flandres e outras tantas Flèche Wallone.
“Com ciclistas tão bons num final como este, vamos sempre no limite e não sabemos o que vai acontecer. É puro instinto e eu gosto disso”, descreveu.
Destacado favorito a vestir a amarela na quarta-feira, o líder da UAE Emirates assumiu que o seu primeiro grande teste acontecerá nos 33 quilómetros de contrarrelógio em Caen.
“Mas já ter conseguido ganhar uma etapa, nesta camisola (arco-íris de campeão mundial), para mim é suficiente. Claro que ambicionamos vestir a amarela, mas veremos”, concluiu.
Não deixa de ser curioso que a centésima vitória de Pogi esteja ligada a Portugal, já que foi em solo luso que ‘estreou’ o seu vasto palmarés, com o triunfo na segunda etapa da Volta ao Algarve de 2019, onde se imporia igualmente na geral.
“É fantástico ter trabalhado com ele para este triunfo”, confessou João Almeida após o final da quarta etapa, na qual foi sexto com o mesmo tempo do seu líder esloveno.
Embora admita que fez “um ótimo trabalho”, o quarto classificado do Tour-2024 partilhou o mérito com os restantes companheiros, notando que foi “apenas o último trabalhador” da UAE Emirates, que hoje viveu “um dia perfeito”.
“Basicamente, vim no máximo nos últimos quilómetros. Era o meu trabalho e fiz o melhor que pude. Penso que podemos estar felizes. O Tadej venceu a etapa, que era o nosso objetivo para hoje, e acho que merecemos”, disse à Eurosport.
O ciclista de A-dos-Francos explicou que o plano era “acelerar na última subida, que era curta e pronunciada”, uma estratégia que a Visma-Lease a Bike acabou por colocar em prática mais sedo.
“Eles (Visma-Lease a Bike) fizeram um pouco do trabalho por nós (na Rampe Saint-Hilaire), para ser honesto, o que foi bom”, acrescentou.
Apesar de “pessoalmente” uma etapa ao estilo de uma clássica não ser o melhor para si, Almeida congratulou-se pelo desfecho, já que subiu a oitavo da geral, a 55 segundos de MVDP e de Pogacar.