“Estou bastante ok. Um pouco amolgado, mas já ultrapassei dias piores. Foi um dia frenético do princípio ao fim, depois ainda caí. Quero agradecer ao pelotão que ia à minha frente por ter esperado”, disse o campeão em título do Tour.
Segundo classificado da geral, a apenas 29 segundos do camisola amarela Ben Healy (EF Education-EasyPost), Pogacar caiu a seis quilómetros do final dos 156,8 quilómetros com partida e chegada a Toulouse, e viu o irlandês pedir aos seus companheiros para esperarem, numa decisão seguida também por todos os seus rivais na luta pela geral.
“Obviamente, naquela altura, a corrida estava praticamente no final, mas podiam ter-me ganhado tempo, talvez não muito, mas teria de dar mesmo o meu máximo para regressar. Um grande respeito por todos na frente e obrigado pelo apoio”, salientou o esloveno, em declarações divulgadas pela UAE Emirates.
O três vezes vencedor da Grande Boucle caiu numa estrada larga, sem obstáculos, depois de Tobias Halland Johannessen (Uno-X), que já se desculpou quer em declarações no final da etapa, quer numa publicação na rede social X, ter mudado de trajetória.
“Num final como este, há ciclistas que querem ganhar segundos, houve vários ataques. Infelizmente, um ciclista (Johannessen) decidiu seguir um ataque e foi da esquerda para a direita da estrada e não me viu. Cortou a minha trajetória e, felizmente, só perdi um pouco de pele. Assustei-me a ver o passeio, tive receio de bater com a cabeça, mas felizmente a minha pele é dura e parou-me antes do passeio”, descreveu.
Pogi teve sorte, ao cair numa zona da estrada pintada, o que acabou por diminuir a distância percorrida pelo líder da UAE Emirates a deslizar, evitando também por pouco o embate com a cabeça no passeio – o impacto foi com o ombro.
“Vamos ver como recupero. Normalmente, no dia depois de uma queda nunca estamos no nosso melhor, mas darei o meu melhor amanhã (quinta-feira). Penso que estamos preparados, enquanto equipa, para o Hautacam”, concluiu.
Na quinta-feira, os favoritos enfrentam a primeira jornada de alta montanha, que acaba no emblemático Hautacam, após 180,6 quilómetros nos Pirenéus desde Auch.
"Quando acontecem coisas assim, por puro azar... Ele não errou uma curva, (a queda) resultou de um choque de rodas. Foi a coisa certa a fazer", resumiu Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), o vice-campeão da passada edição e campeão em 2022 e 2023, justificando a decisão de esperar por Pogacar.
Também Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), terceiro em 2024, gritou pelo rádio aos seus colegas para pararem quando soube da queda, relevou Ilan van Wilder no final, já depois de também o diretor da equipa belga ter dito ao seus ciclistas para pararem de puxar no momento do azar do esloveno.