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Tour: Pogacar só espera que João Almeida esteja bem

Pogacar regressou à liderança da geral
Pogacar regressou à liderança da geralDARIO BELINGHERI / POOL / AFP
Tadej Pogacar reconheceu esta sexta-feira que era “um luxo” ter João Almeida na discussão pela geral da 112.ª Volta a França, mostrando-se preocupado com o ciclista português a quem dedicou a vitória na sétima etapa.

“Era um luxo tê-lo na discussão da geral, uma vez que ele estava em grande forma. Ele foi ser submetido a radiografias, espero que esteja tudo bem”, declarou o esloveno já depois de ter subido ao pódio para vestir novamente a camisola amarela.

O três vezes vencedor e campeão em título da Grande Boucle regressou esta sexta-feira à liderança da geral, após vencer no Muro da Bretanha, no final da sétima etapa, marcada pela queda de João Almeida a cerca de seis quilómetros da meta.

“Estou super contente com a vitória. Foi (um dia) quase perfeito. Infelizmente, o João caiu, espero que ele esteja bem. Se ele estiver bem, foi um dia perfeito. Se ele não estiver bem, esta vitória é para ele”, tinha dito Pogi na flash-interview após o final da tirada.

O português, que era sétimo da geral à partida para os 197 quilómetros desde Saint-Malo, perdeu mais de 10 minutos para o seu líder esloveno e desceu à 28.ª posição, estando já a 12.21 minutos de Pogacar e a uma distância virtualmente irrecuperável dos restantes candidatos ao pódio.

“Toda a equipa esteve perfeita. Foi um dia quente, gastámos muita energia a arrefecer o corpo. Também foi duro e muito rápido. Tínhamos um plano e mantivemo-nos fiéis a ele, a equipa levou-me até ao início da subida (ao Muro da Bretanha). Normalmente, o João estaria lá, mas caiu, e o Johnny (Jhonatan Narváez) surgiu no último quilómetro e controlou a corrida até ao sprint final, foi perfeito para mim”, descreveu.

Pogacar queria ganhar na “icónica subida”, mas pode ter perdido uma peça importante na sua estratégia, já que Almeida deveria ser o seu ‘último homem’ nas montanhas e também um trunfo para jogar em caso de necessidade frente à poderosa Visma-Lease a Bike, de Jonas Vingegaard, que hoje foi segundo com as mesmas 04:05.39 horas do seu arquirrival.

“Senti-me bem, a equipa manteve-me afastado de problemas, fizemos a corrida que queríamos. O segundo lugar poderia satisfazer-me em condições normais, mas acho que cometi alguns pequenos erros no sprint”, reconheceu o dinamarquês.

O campeão das edições de 2022 e 2023 da prova francesa lamentou também a queda de Almeida, o quarto classificado do Tour 2024, que está a ser acompanhado pela equipa médica da UAE Emirates.

“Daremos mais informações quando acabar de ser observado”, informou a formação dos Emirados nas suas contas nas redes sociais.

Almeida, de 26 anos, impressionou esta temporada ao tornar-se no primeiro ciclista a conquistar na mesma temporada as Voltas à Suíça, Romandia e País Basco.

Terceiro classificado no Giro 2023, o ciclista de A-dos-Francos foi também o primeiro corredor desde o britânico Bradley Wiggins, em 2012, a ganhar três das sete principais corridas de uma semana no mesmo ano – as outras são o Paris-Nice, o Tirreno-Adriático, a Volta à Catalunha e o Critério do Dauphiné.

Neste Tour, mostrou ser um dos mais fortes do pelotão ao subir, tendo sido fundamental no 100.º triunfo da carreira de Pogacar, na quarta etapa do Tour.