A 112.ª edição da corrida começa em Lille, com o esloveno Pogacar, que já triunfou em 2020, 2021 e 2024, a tentar juntar-se ao britânico Chris Froome no clube de elite dos tetracampeões. Isso iria aproximá-lo do recorde de cinco títulos de Bernard Hinault, Jacques Anquetil, Eddy Merckx e Miguel Indurain.
A campanha brilhante do campeão do mundo de 26 anos nas clássicas da primavera, com vitórias na Volta à Flandres e em Liège-Bastogne-Liège e pódios em Milão-Sanremo e Paris-Roubaix, demonstrou a sua versatilidade e suscitou comparações com Merckx e Hinault.
O domínio de Pogacar continuou no Critérium du Dauphiné do mês passado, em que venceu três etapas e conquistou a geral com 59 segundos de vantagem sobre Vingegaard, bicampeão do Tour.
"Sem dúvida, isto ajuda o moral e a motivação para o Tour, porque é o maior objetivo da temporada. Penso que é um estímulo mental para toda a equipa", afirmou após o seu desempenho.
A sua única vulnerabilidade surgiu durante o contrarrelógio de 17,4 km do Dauphiné, em que cedeu 48 segundos a Evenepoel e 28 a Vingegaard – uma potencial fraqueza com dois contrarrelógios, num total de 43,9 km, à espera na Volta deste ano.
O dinamarquês Vingegaard, que teve uma preparação mais tranquila do que no ano passado, quando estava a recuperar de uma lesão grave, pretende recuperar a coroa depois de ter terminado a mais de seis minutos de Pogacar em 2024.
O ciclista de 28 anos, que venceu o Tour em 2022 e 2023, sofreu uma concussão durante a Paris-Nice de março, mas recuperou para ficar em segundo lugar no Dauphiné.
Vingegaard será apoiado por uma forte equipa Visma-Lease a Bike que conta com o vencedor do Giro d'Italia Simon Yates, o campeão da Vuelta a Espanha de 2023 Sepp Kuss, o bicampeão da Paris-Nice Matteo Jorgenson e o versátil Wout van Aert.
"Com estes oito ciclistas muito fortes, acreditamos no plano que elaborámos para a Volta a França. Desde o primeiro dia, teremos de estar presentes como equipa para ajudar Jonas na classificação geral. Temos uma preparação ideal e, com isso, pensamos que podemos obter o melhor resultado possível" disse Grischa Niermann, chefe de corrida da Visma.
O belga Evenepoel, que foi terceiro na sua estreia no Tour no ano passado, foi operado depois de se ter lesionado durante os treinos de dezembro. O bicampeão olímpico teve um regresso notável, vencendo a Brabantse Pijl em abril, antes de o ciclista da Soudal Quick-Step terminar em quarto lugar na Dauphine, mais de quatro minutos atrás de Pogacar.
O alemão Florian Lipowitz surge como potencial outsider depois do seu segundo lugar no Paris-Nice e do terceiro lugar na Dauphine. O percurso de 3.338,8 quilómetros do Tour apresenta 52.500 metros de subida em 21 etapas do derradeiro teste do ciclismo.