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Ciclismo: João Almeida “muito feliz” pela conquista da Volta à Romandia

João Almeida venceu a Volta à Romandia
João Almeida venceu a Volta à RomandiaJEAN-CHRISTOPHE BOTT / EPA / Profimedia
O ciclista português João Almeida (UAE Emirates) disse estar “muito feliz” com a conquista da Volta à Romandia, este domingo selada com o segundo lugar no contrarrelógio final, a segunda consecutiva após a Volta ao País Basco.

“Estou muito feliz, o objetivo era vencer a corrida. Infelizmente, não ganhei nenhuma etapa, mas estive sempre na frente. Estou muito feliz pela vitória, podemos estar orgulhosos da prestação (da equipa)”, disse, pouco depois de subir ao pódio.

Almeida concluiu os 17,1 quilómetros em Genebra em 20.45 minutos, perdendo apenas para o belga Remco Evenepoel (Soudal QuickStep), campeão olímpico da especialidade, que foi vencedor em 20.33.

No terceiro lugar, a 18 segundos, ficou o italiano Alberto Bettiol (Astana), de fora das contas da geral, em que o luso acabou com 26 segundos de vantagem sobre o francês Lenny Martinez (Bahrain-Victorious) e 41 face ao australiano Jay Vine, seu companheiro de equipa.

Este domingo, confirmou o favoritismo no crono depois de uma semana em que não conseguiu vencer nenhuma etapa mas foi conseguindo subir posições na geral sempre que a estrada endurecia, praticamente garantindo o triunfo com o segundo lugar no sábado, na dura ascensão a Thyon 2000.

“Foi o dia certo. Para ser sincero, sofri um pouco a semana toda, não me senti a 100%. Mas dei o meu melhor e não desisti. Por vezes, é tudo devido à mentalidade. Estava muito confiante no meu contrarrelógio, sabia que tendo boas pernas teria a vantagem do meu lado”, analisou.

Vencer esta corrida “é muito importante”, assumiu, e selou um feito que, nos últimos anos, só esteve ao alcance dos três tubarões do ciclismo mundial, o seu companheiro de equipa Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard e Primoz Roglic, que é vencer duas corridas por etapas seguidas do escalão WorldTour.

“Tenho dado sempre o meu melhor, mas por vezes não tenho tanta sorte, noutras outro ciclista está mais forte. Tenho sido segundo muitas vezes, mas (este ano) tenho tido sorte e tenho estado saudável”, referiu.

Depois de a saúde o ter retirado várias chances, como uma Volta a Itália em que a covid-19 o afastou da rota do pódio, este ano, e empurrado pela “comunidade portuguesa massiva” na Suíça, celebrou nova vitória, antes das férias e de voltar, para a Volta a Suíça, a caminho do Tour.

Após ter vencido a Volta ao País Basco, em abril, o ciclista luso de 26 anos, natural de A-dos-Francos (Caldas da Rainha), conquistou uma segunda corrida WorldTour seguida, numa época 2025 em que venceu duas etapas na prova basca e, antes, uma das tiradas do Paris-Nice.

Este triunfo, o 18.º da carreira como profissional, junta-se à Itzulia deste ano e à Volta ao Luxemburgo e à Volta à Polónia, ambas em 2021, como vitórias em provas por etapas – para João Almeida, segue-se a Volta à Suíça, em junho, em que foi segundo em 2024, antes da Volta a França.

Estas duas vitórias seguidas deixam-no, ainda, como campeão de duas das sete principais provas por etapas do calendário velocipédico mundial, na qual se inserem, além das Voltas a França, Itália e Espanha, também o Paris-Nice, o Tirreno-Adriático, a Volta à Catalunha, o Critério do Dauphiné e a Volta à Suíça, esta última o próximo objetivo do português.

É a melhor fase da carreira do jovem que se mostrou ao mundo ao liderar a Volta a Itália durante 15 dias, em 2020, que venceu a Volta a Polónia e a Volta ao Luxemburgo em 2021, que não tinha fama de ciclista de ataque e que este ano mostrou outra cara, para adicionar triunfos a uma etapa na Volta a Itália de 2023 e duas na Volta à Suíça do ano passado.

Este ano, o terceiro classificado do Giro2023 já tinha sido segundo na geral da Volta ao Algarve, atrás do bicampeão do Tour (2022 e 2023) Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), e na Volta à Comunidade Valenciana.

No final de contas da Volta à Romandia, Ivo Oliveira (UAE Emirates) foi 66.º, tendo começado a prova com um segundo lugar por centésimos no prólogo, e Nelson Oliveira (Movistar) 76.º.