Rafael Reis (vencedor da etapa e líder da geral individual):
“É mais um dia em que concretizo um dos meus objetivos pessoais e da equipa. Já disse algumas vezes, mas volto a repetir, que esta equipa (Anicolor-Tien21) contratou-me mesmo para isto, para poder vencer os prólogos que existirem na Volta a Portugal e também noutras corridas.
Estou bastante orgulhoso, foi realmente muito intenso. Acabei por aprender com um erro que tive num prólogo em Viseu, há dois anos. Acabei por gerir bastante nesse prólogo na partida, e por passar no ponto intermédio para aí em quinto ou sexto, mas felizmente tive forças ainda para recuperar tempo.
Mas hoje foi a fundo, de início ao fim. Acabei por ter isso em mente. Sabia que era um percurso que as diferenças para os primeiros não iam ser muito relevantes, mas sabia que um erro podia deitar tudo a perder. Acabou por me correr tudo bem, tive força de início ao fim. Só que a última reta é que se fez um bocado comprida, mas é igual para todos.
Não há segredo. Acho que está dentro de mim. Lembro-me já das camadas jovens, em juvenil, fazíamos um 1,6 quilómetros ou 2,6 quilómetros de esforço individual e uma hora depois tínhamos a prova em linha, que eram mais de 18 ou 20 quilómetros. Desde aí que consegui vencer para aí uns oito no meu segundo ano de juvenil.
Eu vi uma entrevista do Iúri (Leitão à agência Lusa). Ele dizia que ia para o top 10, mas eu sabia que ele não ia para o top 10. Eu acho que foi para se libertar um pouco da pressão, mas eu tinha em mente que o Iúri vinha para disputar (o prólogo).
Neste tipo de esforço, menos de quatro minutos, eu acho que muita gente se pode intrometer neste tipo de esforços. Eu prefiro que seja um bocadinho mais comprido, para aí à volta dos 10 minutos, mas é o que temos para fazer.
É a minha quinta (vitória em prólogos) consecutiva e a sétima, desde que sou profissional, na Volta à Portugal. Por isso, é a minha sétima camisola amarela e é assim que vou começar”.
Iúri Leitão (segundo da etapa e da geral individual):
“Não posso dizer que fiquei triste, mas claro que ficar tão perto, especialmente sendo o último a chegar e chegando com o melhor tempo... Claro que tive ali ainda uma esperança de que pudesse vestir a amarela e que amanhã (na quinta-feira) pudesse sair de Viana com a camisola de liderança, mas eu sabia que o favorito vinha a seguir.
Ainda tinha de controlar um pouco os ânimos, porque se vamos a ver o ‘score’ do Rafael Reis nos prólogos, ele é praticamente imbatível. Então, estar ali tão perto dele é sempre especial e fico muito feliz. Embora não fique 100% satisfeito, como é óbvio, porque acho que não há nenhum ciclista que parta para fazer segundo ou terceiro.
Todos estamos aqui para tentar ganhar, mas não posso dizer que estou desiludido. Estava à espera, talvez, de bem menos e ver que as pernas estão a corresponder e que o corpo entrou bem na Volta a Portugal é muito bom sinal. É sinal que a preparação valeu a pena.
Eu não posso dizer que tinha apontada a vitória no prólogo. Eu tinha visto já o percurso, já conhecia muito bem essa estrada. Já tivemos inúmeras corridas aqui, desde os circuitos de Vermoim, mesmo aqui ao lado, como as próprias chegadas da Volta a Portugal de cadetes e do Grande Prémio Jornal de Notícias. Eu já conhecia muito bem a zona, já praticamente de olhos fechados sabia todas as curvas. Acho que isso também jogou um pouco a meu favor.
Não vou dizer que acreditei antes da partida que pudesse ganhar, mas mantive sempre a esperança de que pudesse fazer um bom resultado. E, no final, cruzar a meta com o melhor tempo e ser apenas batido pelo melhor especialista de Portugal, acho que é bastante satisfatório.
Estou até um bocadinho fora daquilo que é a minha ‘praia’, portanto, acho que posso estar bastante satisfeito. Embora este tipo de esforços curtos se adequem bastante bem a mim, eu acho que posso ficar bastante satisfeito com este segundo lugar”.
Daniel Dias (quarto da etapa e da geral individual):
“Uma pessoa sonha sempre que é possível. Sei que o Rafael Reis nestes esforços é quase imbatível, é a verdade. A nível mundial há poucos ao nível dele. O Iúri é muito forte, eu conheço-o da pista, é um dos meus melhores amigos.
Acabo por fazer quarto, acho que é muito bom. Tinha o objetivo de ficar entre os 10 primeiros. Ser quarto, subir ao pódio logo no primeiro dia é bastante motivador para o que resta”.
Artem Nych (quinto na etapa e da geral individual):
“Senti-me muito bem, dei o meu melhor. Este exercício é muito curto para mim”.