Mais

Volta a Portugal: Declarações após a sexta etapa

A sexta etapa da Volta
A sexta etapa da VoltaTIAGO PETINGA / EPA / Profimedia

Declarações no final da sexta etapa da 86.ª Volta a Portugal em bicicleta, disputada esta quarta-feira entre Águeda e a Guarda, num total de 175,2 quilómetros.

Brady Gilmore (vencedor da etapa):

“Honestamente, foi fantástico. Não acredito que ganhei hoje, num dia de alta montanha, com 4.000 metros (de desnível acumulado). As minhas pernas estavam muito bem no final e surpreendi-me a mim mesmo. Coloquei-me numa boa posição, poupei energia o dia todo, estou verdadeiramente feliz por ter conseguido a vitória.

Este tipo de final realmente adapta-se às minhas características, mas com 4.000 metros a subir… talvez ainda esteja a encontrar os meus limites. Hoje, provei que posso ganhar neste terreno.

Nunca foi o plano (lutar pela camisola por pontos), mas talvez consiga vesti-la. Vamos ver como corre. Ainda temos mais uns dias até ao final, talvez possamos tentar. Mas o meu objetivo é a classificação geral, temos o Zac (Marriage) e queremos mantê-lo na luta pela geral. As vitórias de etapas são apenas bónus”.

Artem Nych (líder da geral):

“Hoje, a etapa foi muito dura, a minha equipa controlou todo o dia, muito obrigado a eles. Fizemos um muito bom trabalho na defesa da amarela.

Amanhã (quinta-feira), é uma etapa dura, em que podes ganhar ou perder muito tempo.

(Foi erro ter perseguido a fuga porque Jesús Peña bonificou?) Nunca sabes, porque eu podia ter vencido hoje. Não ganhei, OK, mas quatro segundos são pouco tempo.

Nós pensámos deixar sair uma fuga não muito perigosa e eu e o Pedro (Silva) lutarmos pela etapa. Senti-me bem, mas não consegui ganhar.

(Torre) Não estou muito preocupado, porque já fiz a preparação antes. Agora, só tenho de ficar tranquilo e dar o meu melhor”.

Jesús Peña (segundo na geral individual):

“A chegada à Guarda foi muito exigente. A equipa tentou muito antes, mas com apenas três companheiros era muito difícil.

O Artem diz isso nas entrevistas (que Peña é o mais forte na montanha) e eu respondo que é ele o mais forte.

Já sabemos como corre a Anicolor-Tien21, no final fizeram-no da melhor maneira. Nós também procurámos ter um homem na fuga com eles. A fuga não chegou mas estivemos na disputa com eles”.

Lucas Lopes (líder da juventude e quinto na geral individual):

“Estava a tentar posicionar-me com um colega de equipa e ele passou-me pela esquerda. Fui para a roda dele, o atleta em frente a ele não sei o que aconteceu, mas caiu. O meu colega caiu em cima dele, eu tive de travar a fundo, pôr o pé ao chão. Voltar ao ritmo de corrida já não foi fácil, mas foi dar tudo até ao fim para não perder muito tempo.

Perdi quase 40 segundos, mas ainda mantenho a posição na geral e acho que ganhei algum tempo ao segundo da juventude (Zac Marriage), por isso nem tudo foi mau”.

Iúri Leitão (líder da classificação por pontos):

“Foi uma etapa extremamente difícil. Foi ainda mais difícil porque a minha concorrência (Nicolás Tivani) fez o que lhe competia e tentou ir para a fuga. O Tivani tentou com tudo estar na fuga e que eu não estivesse e eu fiz a mesma coisa.

Ele dificultou-me bastante a vida, mas consegui manter a camisola mais um dia. Vamos lá ver o que acontece daqui para a frente.

(Aproximação de Brady Gilmore) Isso eu não posso controlar. Eu não podia ganhar a etapa, tenho de lutar com as armas que tenho”.

Rúben Pereira (diretor desportivo da Anicolor-Tien21):

“O nosso objetivo foi sempre ter um homem na frente para a transição de Videmonte para a Guarda. Pensei eu que iria haver ataques, movimentações.

A partir do momento que o Artem deu boas indicações e nós tínhamos um corredor como o Pedro Silva, que podia fazer uma aproximação à meta bastante forte, optámos por tentar que o Artem cavasse algum fosso para a geral e abdicámos da etapa.

São sempre quatro segundos (perdidos por Nych para Peña nas bonificações). Por um segundo se ganha, por um segundo se perde. Ainda há muita Volta a Portugal. Há um adversário ao nosso nível, que é o Peña, e não podemos embandeirar em arco. Amanhã (quinta-feira), é um dia muito importante.

A verdade é que a nossa equipa tem feito um bom trabalho, acho que não temos cometido erros. Temos sido um pouco frios, calculistas, mas ao mesmo tempo assumimos a responsabilidade da corrida. Como é óbvio, os quilómetros passam, o desgaste vai-se acumulando, eles são seres humanos, é normal. Preparámos muito bem esta corrida”.