Quando a corrente de Pau Martí (Israel Premier Tech Academy), o espanhol com quem seguia isolado, saltou no último quilómetro da penúltima etapa, o argentino do Aviludo-Louletano-Loulé sabia que a vitória seria sua, numa jornada perfeita para si e para a sua equipa, já que também garantiu que subirá ao pódio final como vencedor da classificação por pontos pelo segundo ano consecutivo.
No regresso do alto de Montejunto ao percurso da Volta a Portugal após 42 anos de ausência, o rápido argentino foi o inesperado vencedor, cortando a meta em 03:59.30 horas, 14 segundos à frente do azarado Martí, com quem andou em fuga, juntamente com Contte – foi terceiro, a 47 segundos -, desde as primeiras pedaladas da ligação de 174,4 quilómetros desde Alcobaça.
Um sucesso em termos de público, a nona etapa foi um ‘fracasso’ em termos de luta pela geral, com o surpreendente ataque de Alexis Guérin (Anicolor-Tien), que fez o seu companheiro Artem Nych perder tempo para os três homens que o seguem na geral, a ser o principal destaque.
Quarto na etapa, a 01.37 minutos do vencedor, Guérin é segundo a 39 segundos, num pódio fechado por Jesús Peña (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), que também tentou ganhar tempo a Byron Munton (Feirense-Beeceler) sem sucesso – o colombiano está a 01.17 e o sul-africano a 01.18 do russo da Anicolor-Tien21.
Foi ainda antes de somar o terceiro triunfo em etapas em duas edições da Volta que Tivani assegurou a segunda camisola laranja consecutiva ao passar em primeiro na meta volante das Caldas da Rainha – também o fez em Torres Vedras e no Bombarral.
Nessa altura, os dois ciclistas do Louletano e Martí eram perseguidos por Francisco Morais (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua), Santiago Mesa (Efapel), Raúl Rota (Rádio Popular-Paredes-Boavista), Samuel Boardman (Project Echelon Racing), Sebastián Mora (Illes Balears Arabay) e Bogdan Zabelinskiy (Atom 6 Bikes-Decca).
Os três conseguiram quase sete minutos de vantagem sobre o pelotão, comandado pela AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense, enquanto os perseguidores iam ficando cada vez mais longe da frente, sendo ‘absorvidos’ a cerca de 40 quilómetros da meta.
Apesar do intenso trabalho, a equipa de Tavira não conseguiu melhor do que reduzir a diferença dos fugitivos para quatro minutos no início da subida de primeira categoria de Montejunto. Foi aí que a Anicolor-Tien21 entrou ao serviço e Martí atacou, levando apenas Tivani consigo.
No grupo dos candidatos, Pedro Pinto (Efapel) ainda tentou destacar-se, mas o único ataque bem-sucedido foi mesmo o de Guérin. De resto, o top 10 continuou exatamente com os mesmos ciclistas, com Tiago Antunes (Efapel) a manter-se como melhor português, no quinto lugar a 02.49, e Lucas Lopes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) como melhor jovem.
Esta e a geral são mesmo as únicas classificações que faltam fechar, com os 16,7 quilómetros do contrarrelógio de domingo em Lisboa a encerrarem uma edição atípica.