O israelita ofereceu o quarto triunfo na 86.ª edição à Israel Premier Tech Academy ao ser o mais forte de uma numerosa fuga que chegou com sucesso a Santarém, impondo-se a Nicolás Tivani (Aviludo-Loulé-Louletano), segundo, com as mesmas 04:49.03 horas, e novo líder da classificação por pontos, após o abandono do campeão olímpico Iúri Leitão (Caja Rural).
“Não é a primeira vitória profissional, é a primeira vitória de sempre em qualquer coisa, na verdade. Sinto-me bem, não estava seguro se conseguiria fazê-lo (ganhar) depois de tanto tempo na estrada. Passaram uns cinco anos desde que passei a elite. Tenho 24 anos e estou numa equipa continental. Não sabia se ainda conseguiria fazê-lo”, confessou Rotem Tene.
O terceiro, a dois segundos, foi o português Francisco Campos (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), com o camisola amarela Artem Nych (Anicolor-Tien21) e todos os homens da geral a chegarem a 02.22 minutos.
Numa jornada marcada pelos abandonos de Leitão, o então camisola laranja, que de acordo com a Caja Rural acordou com febre, e de António Carvalho (Feirense-Beeceler), o terceiro classificado de 2022 e 2023, que não ‘resistiu’ à lesão num joelho, a fuga ‘pegou’ apenas quando estavam decorridos 55 dos 178,2 quilómetros entre Ferreira do Zêzere e Santarém.
Apesar de ter assumido na véspera ter as pernas “um pouco cansadas”, Hugo Nunes (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar) voltou hoje a fugir para assegurar a vitória na classificação da montanha, na companhia de Tivani, mas também do companheiro João Medeiros, que impediu o argentino de ser segundo na quarta categoria de Abrantes, onde o camisola azul passou primeiro.
As equipas nacionais estavam bem representadas, com Campos e o companheiro Ailetz Lasa, Rubén Fernández (Anicolor-Tien21), Carlos Oyarzún e Jorge Gálvez (Aviludo-Louletano-Loulé), César Martingil e Ángel Rebollido (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua), Aleksandr Grigorev e António Ferreira (Efapel), Diogo Gonçalves e Ivo Pinheiro (Feirense-Beeceler), Hélder Gonçalves e Gonçalo Amado (Rádio Popular-Paredes-Boavista) e Gaspar Gonçalves (Gi Group-Simoldes-UDO).
Nessa ‘multidão’, encontravam-se ainda o vencedor da oitava etapa, além de Joseba López (Caja Rural), Samuel Boardman (Project Echelon Racing), Edgar Curto e Unai Esparza (Illes Balears Arabay), e Adam Lewis, Sean Christian e Cian Keogh, todos da Skyline.
Com a montanha ‘perdida’, Tivani voltou-se para a classificação por pontos, uma missão facilitada pelo abandono de Leitão, sendo o primeiro a passar na meta volante de Constância, onde os 25 fugitivos tinham três minutos de vantagem para o pelotão.
O argentino da Aviludo-Louletano-Loulé também foi o primeiro no sprint intermédio em Alpiarça, um resultado que, somado ao segundo lugar na etapa, praticamente lhe garantiu nova vitória na classificação por pontos, à semelhança de Nunes, já virtualmente vencedor da classificação da montanha, após passar na frente na montanha de quarta categoria de Santarém.
“Ainda tenho que pedalar mais uns quilómetros até Lisboa, mas hoje acho que já vou dormir mais descansado, já sou virtualmente ‘rei da montanha’ mais uma vez. Estou a repetir o feito de 2020, mas esta tem um sabor ainda mais especial”, confessou no final da etapa o ciclista da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar, visivelmente emocionado.
Quando parecia que a fuga ia ser anulada – nos derradeiros 15 quilómetros, tinham pouco mais de um minuto de vantagem -, o pelotão ‘levantou o pé’ e permitiu que os escapados discutissem entre si a etapa, com o único israelita desta Volta a ganhar.
Após uma ‘pausa’ na luta pela geral, Artem Nych vai partir no sábado para os 174,4 quilómetros da penúltima etapa com 46 segundos de vantagem sobre o colega francês Alexis Guérin e 01.20 para o colombiano Jesús Peña (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), que fecha o pódio.
A nona etapa da 86.ª edição, que é uma ‘homenagem’ aos grandes voltistas do ciclismo português – Joaquim Agostinho e João Almeida -, liga Alcobaça ao alto de Montejunto, onde a meta coincide com uma contagem de montanha de primeira categoria.