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Volta: Anicolor-Tien21 quer revalidar título de Nych embora saiba que é difícil ganhar

Anicolor-Tien21 prepara Volta a Portugal
Anicolor-Tien21 prepara Volta a PortugalAnicolor / Tien21 Cycling Team
A Anicolor-Tien21 vai procurar defender o título do ciclista russo Artem Nych na 86.ª Volta a Portugal, assumindo o seu favoritismo, embora tendo presente que cada vez é mais difícil ganhar.

“O objetivo é sempre tentar ganhar. Sabemos que não é fácil, cada vez é mais difícil ganhar. Sabemos também que a concorrência irá apresentar-se a um bom nível, mas, como é obvio, tentaremos defender o título do ano passado, tendo sempre em conta e a noção que não será fácil ganhar a Volta a Portugal”, declarou Rúben Pereira.

À agência Lusa, o diretor desportivo da Anicolor-Tien21 não rejeita o estatuto da sua equipa na edição que arranca na quarta-feira, na Maia, e termina em 17 de agosto, em Lisboa.

“Nós somos favoritos. Não somos é talvez os únicos favoritos a ganhar a Volta a Portugal, mas somos uma das equipas que tem um favorito a vencer. Mas acho que existe outro leque de equipas e outros ciclistas que têm o mesmo peso na corrida”, defendeu.

A primeira, de acordo com Pereira, é a Efapel, que “fez um investimento claro a pensar na Volta a Portugal”, ao contratar Mauricio Moreira, “um líder, um ciclista que sabe o que é ganhar e fazer pódio” na prova – e que saiu a mal da formação de Águeda, numa transferência polémica entre as duas grandes rivais do pelotão nacional.

“O Tavira, com o colombiano Jesus Peña, é uma equipa super candidata. (...) Mesmo a Caja Rural, que irá trazer um bom bloco, e a Israel, que irá trazer um dos corredores que andou melhor na Volta a França do Futuro. Penso que são as equipas que podem estar na disputa”, elencou, nomeando ainda António Carvalho (Feirense-Beeceler) e Jonathan Caicedo (Petrolike).

Identificados os adversários, faltava ao mais jovem diretor desportivo nacional indicar quem liderará a Anicolor-Tien21, que dominou a temporada com Nych, mas também com o reforço Alexis Guérin, vencedor do Troféu Joaquim Agostinho, do Grande Prémio Beiras e Serra da Estrela e da Clássica Aldeias do Xisto.

“Desde janeiro que trabalhámos nesse aspeto, o Artem será o nosso líder. É o vencedor em título da Volta a Portugal. O Alexis terá um papel importante na equipa, poderá ser uma carta a jogar, mas o Artem será o nosso líder”, clarificou.

Depois uma vitória “bastante sofrida” na passada edição, que “acabou por sair já na parte final da Volta”, e de no ano anterior não ter conseguido colocar nenhum homem no pódio, Pereira assume que as piores derrotas que a sua equipa já teve “foram derrotas de facilitismo”.

“Foi por acharmos que as vitórias são fáceis. Acho que esse erro não iremos cometer, nem o podemos cometer”, reforçou, perspetivando também trabalhos redobrados devido ao número de equipas “um pouco curto” desta edição, uma situação que em nada favorece a Anicolor-Tien21, nem mesmo a corrida.

Para o diretor, a presença de apenas uma ProTeam – a Caja Rural, quando costumavam vir as quatro espanholas – é negativa.

“Não quer dizer que este pelotão seja fraco, porque não o é. (...) Acho que é um pelotão que irá dar bastante espetáculo, mas o número reduzido de equipas… podia ter mais duas ou três equipas, seria um pelotão mais bem composto”, argumentou.

Este diminuto pelotão terá pela frente um percurso “bem montado" por Joaquim Gomes, na opinião de Pereira.

“Parece uma Volta a Portugal sem grande sal, mas se há coisa que esta Volta tem é muito terreno para fazer diferença. É das Voltas mais duras. Todos os anos dizemos isto, mas esta Volta específica é diferente, não é aquela Volta que se planeia como em anos passados”, reconheceu.

A chegada ao Montejunto, na véspera da conclusão da prova, irá fazer diferenças, defende, mencionando ainda a primeira etapa, “com duas passagens no Sameiro”, como uma jornada em que “não se irá ganhar a Volta mas pode-se perder”.

“E a etapa de Bragança e da Guarda serão duas etapas-chave. E, claro, a Torre e a Senhora da Graça, como sempre, serão decisivas. Mas acredito bem que a etapa de Bragança e a da Guarda… tem de se ter muito respeito por estas duas etapas, principalmente a da Guarda”, concluiu.