“Desde o início do projeto, todos os anos temos vindo a superar lugares e posições, e acho que temos, pelo que fizemos também durante esta época, legítimas aspirações ao pódio”, assumiu Hernâni Brôco, em declarações à agência Lusa.
O surpreendente quarto lugar de Gonçalo Leaça na edição de 2024 colocou, como o próprio diretor desportivo admite, “a fasquia mais alto” para esta Volta a Portugal, que arranca na quarta-feira, na Maia, e termina em 17 de agosto, em Lisboa.
“A época que temos feito, já com seis vitórias, também nos deu essa responsabilidade e esse clique para aumentarmos a nossa performance. (Os ciclistas) Têm ganho confiança e têm ganho muitas provas. Temos estado na disputa das gerais e das clássicas, por isso claro que sim, que vamos com mais responsabilidade”, reforça.
Embora tenha sido Leaça a catapultar a Credibom-LA Alumínios-MarcosCar para os primeiros lugares da geral da prova rainha do ciclismo português, a liderança da equipa nesta edição será repartida entre o ciclista de 27 anos e Emanuel Duarte, com João Medeiros a poder “surpreender numa ou noutra etapa”.
“Esta equipa sempre foi muito combativa e não vai mudar o ADN dela”, prometeu Brôco, não excluindo, por exemplo, que o reforço Hugo Nunes, “um atleta muito combativo”, possa lutar pela montanha – uma classificação que já ganhou em 2020 -, embora prefira ver como “se desenrolam as duas primeiras etapas até à Senhora da Graça”.
Depois, a equipa fará novas escolhas ou manterá a aposta na geral, antecipa um diretor desportivo que ainda há pouco tempo aspirava apenas a lutar pela juventude.
“No primeiro ano – há oito anos que estou no projeto – sonhava chegar com um (ciclista) no pelotão. Isto é real. Quando digo isto, as pessoas riem-se… O facto de termos patrocinadores com nomes de peso (...) o que nos deu foi, além da capacidade de ir buscar jovens portugueses, que é sempre o nosso projeto, conseguir segurar os atletas que temos de melhor e os que saíram voltarem ao projeto, como é o caso do Emanuel Duarte”, notou.
E nem o percurso montanhoso assusta o antigo ciclista, que diz apreciar o traçado da 86.ª edição.
“Gosto por duas coisas: porque faz-me lembrar o ano em que ganhei na Senhora da Graça (2011), que também foi de início e dei-me bem com essa Volta e espero este ano voltar a dar-me. Em termos de Volta, acho que tem de se mudar sempre, nunca podemos fazer igual. Gosto também (...) porque tenho uma equipa com mais trepadores do que sprinters”, afirmou.
O diretor da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar não considera que o diminuto pelotão desta Volta se deva a uma falta de interesse por das equipas estrangeiras, mas antes “aos pontos que (estas) conseguem ir buscar”.
Devido à dificuldade da Volta e dos seus competidores, que se focam essencialmente na prova rainha do calendário nacional, as formações estrangeiras estão cientes de que é mais fácil ter acesso a pontos, por exemplo, no calendário asiático.
“É mais apetecível por isso, não pela grandeza da Volta. Mas se essas equipas não estão presentes, e existe menor qualidade dos ciclistas internacionais, claro que a Volta fica a perder”, lamentou.
Credibom-LA Alumínios-MarcosCar: Emanuel Duarte (Por), Gonçalo Leaça (Por), João Medeiros (Por), Diogo Narciso (Por), Hugo Nunes (Por), Duarte Domingues (Por) e Diogo Pinto (Por).
Diretor Desportivo: Hernâni Broco.