“O dinamismo dos incêndios é algo demasiado complexo. Não se podem tomar decisões sem estarem devidamente suportadas, nomeadamente pela opinião e a sugestão dos comandantes de Proteção Civil que estavam nos locais, no terreno, e que, em última análise, sugeriram que, do ponto de vista da salvaguarda da segurança da organização, teríamos que ou cancelar a etapa ou encontrar um percurso alternativo”, declarou o diretor da prova.
A quarta etapa da 86.ª Volta a Portugal foi hoje neutralizada e encurtada devido ao incêndio que lavra na Serra do Alvão.
O pelotão parou ao quilómetro 132,3, após a meta volante de Vila Real, com os ciclistas a percorrerem 20 quilómetros neutralizados, num percurso alternativo, até à Campeã, onde a corrida foi retomada uma hora mais tarde e quando faltavam 42 quilómetros para o alto da Senhora da Graça, com a subida à Serra do Alvão, de primeira categoria, a ser anulada.
Inicialmente, a quarta etapa, que liga Bragança ao alto da Senhora da Graça, deveria ter 182,9 quilómetros, com o desvio de percurso a encurtar a tirada para 176,5 cronometrados.
“O percurso alternativo foi sugerido às autoridades, foi aceite, não havia qualquer foco de incêndio no percurso que adotámos. Depois é uma questão de eu ter toda essa situação definida, que passa para o âmbito do colégio de comissários na prova. Isto foi uma situação excecional, em que se não houvesse um excelente entrosamento entre as autoridades, esta etapa seria cancelada”, admitiu o diretor da Volta.
De acordo com Joaquim Gomes, “uma mudança súbita de direção do vento” fez com que o incêndio que “está a lavrar há alguns dias e que aparentemente não ia afetar a passagem da caravana”, se alastrasse à zona da barragem do Alvão.
“Tudo foi feito de uma forma, mantendo a salvaguarda da segurança da caravana, como se de um incidente de corrida se tratasse. Procurámos ao máximo chegar num horário razoável, até para (respeitar) as pessoas que estavam ao longo destes quilómetros finais, quer na vila (de Mondim de Basto), quer no Monte Farinha, à espera da caravana”, pontuou.
Aos jornalistas, Joaquim Gomes garantiu que o cancelamento da etapa nunca lhe passou pela cabeça e deixou elogios às autoridades envolvidas.
“Nada disto seria possível sem o excelente entrosamento entre as várias autoridades, desde a Proteção Civil, a GNR, a PSP, a Câmara de Mondim de Bastos, a Câmara de Vila Real foram fulcrais para que isto fosse possível. Em condições normais, e é preciso que registem, esta etapa seria anulada”, reforçou.
