“A nossa equipa não tem líder assumido. Os sete ciclistas que apresentámos têm grande qualidade, e são bastante jovens, tirando o César Fonte. Em casos como o Hugo Nunes e o Hélder Gonçalves, já têm alguma experiência. Os outros são relativamente novos. Esperamos estar com os melhores nos percursos mais difíceis”, resume o diretor desportivo, em entrevista à Lusa.
José Santos olha para a juventude que levará à Volta num misto de “apreensão” e “expectativa”, mas também com a certeza de que, a seu ver, lidera uma “das melhores formações até aqui” em Portugal.
Numa equipa “tradicionalmente de trepadores”, José Santos lembra que este conjunto venceu a montanha em 2023, com César Fonte, e tem também Hugo Nunes, vencedor dessa classificação em 2020, mas essa é “muito difícil” de conquistar este ano.
“Há muita montanha, e é preciso termos um ciclista capaz de estar, em todas as etapas, nas fugas. Só no decorrer da Volta é que vamos ver”, admite.
O diretor desportivo aponta “duas coisas que não agradam” nesta 85.ª edição, nomeadamente o facto de começar mais cedo do que o habitual, devido à realização dos Jogos Olímpicos Paris-2024, e “começar como começa, logo de arromba”, com a primeira etapa a subir ao Observatório de Vila Nova e a terceira à Torre, antes de nova chegada em alto no domingo, antes do dia de descanso, na Guarda.
“Não é bom para ninguém. Quem estiver mais ou menos, nem bem nem mal, pode perder aí logo alguns minutos preciosos. Isto subverte o que é normal na Volta”, lamenta.
Na segunda metade, a sétima etapa liga Felgueiras a Paredes, mas esse fator não muda a estratégia, assevera, e encara esta tirada “como as outras” embora acuse “um pouco mais a pressão”.
“Gostaríamos de ganhar, mas é uma etapa com sobe e desce. Vamos ver”, diz.
Além de César Fonte e Hugo Nunes, a equipa terá em Hélder Gonçalves, um dos reforços para este ano, outro dos candidatos, depois do 11.º posto de 2023, além da curiosidade com a estreia do venezuelano Francisco Peñuela.
Recrutado à academia da Israel-Premier Tech, o sul-americano de 23 anos foi segundo na Volta ao Alentejo, sexto no Grande Prémio O Jogo, 11.º no Troféu Joaquim Agostinho e oitavo no GP Abimota.
Ciclista rápido em pequenos grupos, podendo lutar por etapas, estreia-se a par de João Martins, sprinter que, aos 20 anos, tentará lutar com os melhores velocistas na corrida.
A 85.ª edição da Volta a Portugal arranca na quarta-feira, com um prólogo em Águeda, e termina em 04 de agosto, com um contrarrelógio individual em Viseu.
