Volta ao Algarve: Martínez foi o melhor na montanha, Evenepoel foi o melhor na geral

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Volta ao Algarve: Martínez foi o melhor na montanha, Evenepoel foi o melhor na geral

Daniel Martínez venceu, mas Remco Evenepoel manteve a amarela
Daniel Martínez venceu, mas Remco Evenepoel manteve a amarelaLUSA
Wout van Aert ainda tentou lançar o caos, mas Remco Evenepoel acabou mesmo por vencer pela terceira vez a Volta ao Algarve em bicicleta, embora Daniel Martínez, seu antecessor no palmarés, lhe tenha negado o triunfo no Malhão.

Aos 24 anos,Remco Evenepoel entrou na história da Algarvia ao tornar-se o primeiro estrangeiro e o segundo ciclista, depois do português Belmiro Silva, a alcançar o ‘tri’ na prova, após uma das mais emocionantes etapas do Malhão dos últimos anos, ganha pelo campeão destronado.

Foi um pequeno consolo para Martínez, inequivocamente o segundo melhor da 50.ª edição: na geral, ficou a 43 segundos de Evenepoel, mas bateu o belga nas duas chegadas em alto – este domingo, cortaram novamente a meta com o mesmo tempo, 3:55.35 horas, à frente de Tom Pidcock (INEOS) - e ainda levou para casa a camisola da montanha.

A completar o pódio, esteve Jan Tratnik (Visma-Lease a Bike), depois de Van Aert ter decidido ‘sacrificar-se’ pelo seu colega com um ataque ‘suicida’ a quase 40 quilómetros da meta. O esloveno foi quinto na etapa, a sete segundos, e acabou na terceira posição da geral, a 1.21 minutos do vencedor.

Até o prodígio belga fazer a festa no alto do Malhão, repleto de público, houve 165,8 quilómetros a percorrer desde Faro, com uma ‘multidão’ a decidir tentar a sua sorte na última jornada da 50.ª edição. Já depois de Tratnik ter sprintado para bonificar na meta volante situada em Loulé e de ser ultrapassada a primeira contagem de montanha da jornada, na Picota, saltaram do pelotão 20 ciclistas.

Foi preciso esperar 60 quilómetros para que a fuga se formasse, mas o grupo que finalmente se destacou tinha nomes ‘sonantes’ como Maximilian Schachmann (BORA-hansgrohe), Valentin Madouas (Groupama-FDJ), Filippo Ganna (INEOS), Andreas Leknessund (Uno-X), Nils Politt (UAE Emirates), Mattia Cattaneo (Soudal Quick-Step), Jasper Stuyven (Lidl-Trek) e ainda os portugueses Rafael Reis (Sabgal-Anicolor) e Hugo Nunos (Rádio Popular-Paredes-Boavista).

As duas dezenas de fugitivos estabilizaram a vantagem nos três minutos, uma margem que caiu vertiginosamente quando Van Aert, então quarto da geral, a 1.18 minutos, atacou no grupo dos favoritos, na contagem de terceira categoria de Alte, situada ao quilómetro 128,3. Apenas Ben Healy (EF Education-EasyPost) seguiu o belga, com os dois a ‘engatarem’ em Per Strand Hagenes, que descaiu da fuga para ajudar o seu companheiro de equipa.

Faltavam mais de 37 quilómetros para a meta quando a Visma-Lease a Bike mexeu na corrida, num assalto planificado à amarela de Evenepoel, e apenas sete quilómetros depois já ‘WVA’ se juntava à fuga, ganhando rapidamente uma margem de 1.20 minutos para o seu compatriota – foi durante momentos líder ‘virtual’ da 50.ª edição.

A primeira subida ao Malhão, onde o camisola branca Magnus Sheffield (INEOS) já passou atrasado – foi aí que o português António Morgado (UAE Emirates), 10.º na geral, assegurou a vitória na classificação da juventude –, selecionou o grupo da frente, que ficou reduzido a Van Aert, Healy e Gijs Gijs Leemreize (dsm-firmenich).

Na perseguição, Mikel Landa foi o último dos Soudal Quick-Step a entrar ao trabalho e a cinco quilómetros da meta o trio já só dispunha de uma vantagem de 25 segundos, insuficiente para sobreviver aos 2,5 quilómetros de escalada até ao ponto mais alto de Loulé, onde a meta coincidia com uma contagem de montanha de segunda categoria.

Healy, que acabou na quarta posição, foi o último a ser apanhado, sucumbindo ao endurecer de ritmo da BORA-hansgrohe, apostada em levar Martínez com sucesso à defesa do título. A formação alemã tentou, mas não conseguiu fazer Evenepoel descolar, sendo o próprio belga o primeiro a atacar.

Os ataques e contra-ataques sucederam-se, com o desfecho a ser semelhante ao da Fóia: Evenepoel, que confessou no final ter tido problemas técnicos, arrancou demasiado cedo e o campeão de 2023 acabou, novamente, por ter melhor ponta final.

Pidcock, vencedor no ano passado no alto do Malhão, foi terceiro, a três segundos, mas não evitou que a INEOS ficasse fora do pódio: foi sexto na geral, atrás do seu colega neerlandês Thymen Arensman e à frente de Van Aert.