Em declarações à Cadena Ser, na noite de terça-feira, Alegría recordou que, desde fevereiro de 2022, atletas e equipas russas foram proibidos de competir sob a bandeira do seu país em diversas modalidades e afirmou que o mesmo princípio deveria ser aplicado a Israel, face à guerra em Gaza.
“O que estamos a viver agora é um massacre, é um genocídio. Estamos a ver crianças e bebés a morrer de fome e já temos mais de 60 mil mortos. É uma situação dramática e é importante que o desporto assuma uma posição, pelo menos semelhante à que vimos com a Rússia”, afirmou a também ministra da Educação e do Desporto.
Alegría salientou ainda que a decisão caberia às instâncias internacionais: “Neste caso, as competências são da UCI (União Ciclista Internacional) e a decisão teria de ser partilhada pelo COI (Comité Olímpico Internacional), como desporto olímpico que é. Perante uma situação tão grave, é preciso tomar posição e avançar com uma decisão.”
A Vuelta a España, que termina no próximo domingo, em Madrid, tem sido marcada por protestos pró-palestinianos contra a presença da equipa Israel-Premier Tech. As manifestações obrigaram os organizadores a encurtar etapas, como aconteceu na semana passada, em Bilbau, e na última terça-feira, em Pontevedra.
A equipa, fundada pelo multimilionário israelo-canadiano Sylvan Adams e que conta com apenas um ciclista de nacionalidade israelita, decidiu alterar o seu maillot, retirando qualquer referência ao país “para priorizar a segurança” dos corredores e de todo o pelotão.
Ainda assim, a medida não foi suficiente para acalmar os protestos. Apesar dos múltiplos apelos à sua retirada, a Israel-Premier Tech mantém a intenção de concluir a prova.
Após um dia sem incidentes, na quarta-feira, a organização anunciou que o contrarrelógio desta quinta-feira, em Valladolid, seria reduzido de 27,2 km para 12,2 km, também por razões de segurança.