Que tipo de ciclista quer silenciar os críticos? Foi David Gaudu que fez picadinho de Mads Pedersen e Jonas Vingegaard na rampa final para Ceres, palco da última etapa do tríptico italiano desta Vuelta.
Nesta 4.ª categoria com troços a 7%, era preciso saber onde se colocar, com uma curva em gancho a 80 metros da meta. Enquanto Pedersen, apoiado por Giulio Ciccone, era o grande favorito do dia e Vingegaard tinha triunfado na véspera para conquistar a camisola vermelha, Gaudu esperou pacientemente na quinta posição do grupo da frente para fazer um ataque perfeito à entrada desta última curva.
Surpreendido, Pedersen não conseguiu reduzir a distância e viu o bretão levantar os braços. Terceiro no domingo, Gaudu venceu e esteve muito perto de tirar a camisola de líder a Vingegaard. Tem o mesmo tempo que o dinamarquês, mas está separado pelo lugar que conquistou na etapa 1.
Com Guillaume Martin-Guyonnet forçado a retirar-se após uma queda ontem, o Groupama-FDJ está de volta à corrida. Esta é a segunda vez que Gaudu vence a Vuelta após a etapa 8 em 2020. Sexto na geral no ano passado, o jovem de 28 anos está a gostar da Volta a Espanha e tem grandes ambições com pernas como estas.
"Tem sido uma época muito difícil", admitiu à Eurosport, depois de ter caído na Strade Bianche e no Tirreno Adriatico, antes de cair no Giro: "Não ganhava uma corrida do World Tour desde o Critérium du Dauphiné (em 2022), onde venci Wout van Aert. Hoje, posso ganhar ao Mads num sprint (risos). É anedótico, mas há muitas, muitas emoções".
O português João Almeida (UAE Emirates) é 11.º, a 16 segundos do líder.