O segundo triunfo em grandes voltas do português, de 27 anos, e primeiro na Vuelta, aconteceu logo numa das subidas mais míticas de Espanha, e segundo o próprio analisou no final, muito se deveu “aos colegas de equipa”.
“Agradeço aos meus colegas, foram essenciais hoje e fizeram uma etapa fantástica. Pus o meu ritmo e fiz o melhor que pude”, comentou.
Concluídos em 4.54.15 horas os 202,7 quilómetros da tirada, entre Cabezón de la Sal e o Angliru, Almeida subiu com o líder da classificação geral, o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), grande parte da ascensão, mas esteve quase sempre na frente, tendo chegado a distanciá-lo, ainda que este tenha acabado em segundo com o mesmo tempo.
“O Jonas seguiu sempre na minha roda. No último quilómetro, estava no meu limite, esperava o ataque dele, que me passasse na meta. Passei primeiro na última curva e ele não conseguiu passar. É fantástico”, analisou Almeida.
O ciclista de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) considerou que teve o triunfo na “subida mais dura do mundo”, dizendo que fazê-la “é de doidos”, sucedendo a um triunfo na Volta a Itália em 2023 nova glória em grandes Voltas.
Mais a frio, no autocarro a descer do alto, disse, já em português, que este era “um dos dias mais marcantes” da carreira, com “cinco horas a botar lume”, usando uma expressão que lhe ficou associada.
“A equipa fez um trabalho excelente, fizemos o máximo e acho que merecíamos. Fiz o último quilómetro de forma muito inteligente e consegui rematar a vitória. Ainda estou sem palavras, é inacreditável”, referiu.
Ainda assim, veio para lutar pela classificação geral, na qual está agora a 46 segundos da liderança, no segundo lugar.
“Ainda tenho tempo para recuperar ao Jonas, que tem estado fenomenal. Ele é muito duro, mas nós nunca desistimos”, atirou.
Esta vitória acontece num ano em que tem mostrado a faceta mais atacante e dominadora, tendo vencido uma etapa no Paris-Nice, seguindo-se duas e a geral final da Volta ao País Basco, a Volta à Romandia, e três tiradas e geral da Volta à Suíça.
Um dos ciclistas em melhor forma este ano, sofreu um revés na Volta a França, quando as fraturas decorrentes de uma queda o obrigaram a desistir, sem poder continuar a ajudar o esloveno Tadej Pogacar, eventual vencedor, e lutar por um pódio, vingando-se agora na Vuelta, em que se tornou o nono português a vencer uma etapa.
No sábado realiza-se a 14.ª etapa, entre Avilés e o Alto de La Farrapona, na extensão de 135,9 quilómetros, com duas contagens de montanha de primeira categoria, a última a coincidir com a meta.