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Vuelta: Jonas Vingegaard caiu, levantou-se e já veste de vermelho

Vingegaard celebra vitória na 2.ª etapa
Vingegaard celebra vitória na 2.ª etapaMARCO BERTORELLO / AFP
Um susto já dentro dos 30 quilómetros finais e uma ferida no cotovelo esquerdo não impediram o ciclista dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a bike) de assumir a liderança da Volta à Espanha logo à segunda etapa.

Depois do segundo lugar na Volta França, atrás do inatingível esloveno Tadej Pogacar, Vingegaard chegou à Vuelta com o estatuto de grande favorito ao triunfo final e hoje já quis deixar a sua marca na 80.ª edição e, à primeira chegada em alto, venceu a etapa, passando a vestir a camisola vermelha.

Com a meta a coincidir com uma contagem de segunda categoria, depois de 159,5 quilómetros entre Alba e Limone Piemonte, em Itália, Vingegaard venceu em 3:47.14 horas, o mesmo tempo do italiano Giulio Ciccone (Lidl-Trek) e do francês David Gaudu (Groupama-FDJ), com o português João Almeida (UAE Emirates) a ser quinto a dois segundos.

“Já tinha passado algum tempo desde a minha última vitória. Estou muito feliz pela forma como me senti e como a equipa esteve hoje. Também estou muito feliz com a camisola vermelha”, assumiu Vingegaard, cujo último triunfo tinha sido na quinta e última etapa da Volta ao Algarve, que acabaria por conquistar.

Contudo, o triunfo não chegou sem um grande susto a 27 quilómetros do final, quando, com a chuva a fazer a sua aparição, uma queda coletiva deitou ao chão o líder da Visma-Lease a bike, que se levantou rapidamente e viu o pelotão esperar pela sua reentrada.

Acompanhado pelo incansável belga Victor Campanaerts, que já tinha sido um dos seus braços direitos na Volta a França, Vingegaard conseguiu reentrar no pelotão, já depois de levantar o polegar para a câmara e mandar um beijo para casa.

“Foi uma queda dura, mas acho que não me aleijei muito. Tenho algumas marcas, mas acho que foi por estar tão escorregadio. Deslizei mais, por isso não fiquei com queimaduras do asfalto, nem nada do género”, assumiu.

Na subida final, várias equipas foram impondo um ritmo alto, com o primeiro ataque já dentro dos dois mais duros quilómetros finais a ser do espanhol Marc Soler, no que parecia ser uma preparação para o ataque de um dos líderes da UAE Emirates, João Almeida ou o espanhol Juan Ayuso, que acabou por não acontecer.

Já depois de o britânico Thomas Pidcock (Q36.5) também ter tentado sair, o ataque decisivo acabou por ser de Ciccone, levando consigo Vingegaard, que o conseguiu ultrapassar por alguns centímetros na meta.

“Para ser honesto, antes da curva, não pensava que era possível passá-lo (Ciccone). Mas depois de passar a curva, a meta era mais longe do que pensava. Felizmente conseguiu passá-lo”, disse.

Graças às bonificações do triunfo na etapa, Vingegaard passou a ter quatro segundos de avanço sobre Ciccone e seis sobre Gaudu.

Mais bem posicionado do que tantas vezes aconteceu, João Almeida não conseguiu responder de imediato ao ataque, mas limitou as perdas a dois segundos, cortando a meta a dois segundos do vencedor, na frente do grupo de perseguidores, subindo ao 11.º lugar, a 12 segundos de Vingegaard.

O campeão português Ivo Oliveira (UAE Emirates), que puxou na frente do pelotão já na subida final, terminou na 153.ª posição, a 11 minutos do novo líder, caindo para 152.º, a 11.10.

Na segunda-feira, ainda em Itália, os ciclistas da 80.ª edição da Volta a Espanha percorrem 134,6 quilómetros, entre San Maurizio Canavese e Ceres, com a meta a coincidir com uma contagem de montanha de quarta categoria.