Ciclismo: Fem van Empel e Thibau Nys são os favoritos para a Taça do Mundo de ciclocrosse

Sébastien Gente

Fem van Empel e Thibau Nys, ambos campeões europeus, são os favoritos lógicos desta época.UEC / Flashscore

A Taça do Mundo de ciclocross recomeça este domingo em Antuérpia. A campeã do mundo Fem van Empel continua a ser a favorita lógica na corrida feminina, enquanto Thibau Nys parece ser um osso duro de roer na corrida masculina, com o dueto entre Mathieu van der Poel e Wout Van Aert a aproximar-se.

Quem pode vencer Fem van Empel?

No ano passado, quando avançava como detentora do título, Fem van Empel venceu as duas primeiras corridas, antes de sofrer uma inesperada queda de forma e problemas físicos, perdendo sete etapas no total e, inevitavelmente, perdendo qualquer esperança de uma dobradinha. Mas voltou a estar em boa forma para completar uma nova dobradinha, a dos Mundiais, reafirmando o seu estatuto de melhor especialista em ciclocross.

Por isso, logicamente, é a favorita para a Taça do Mundo. Já deixou a sua marca ao sagrar-se novamente campeã europeia no início de novembro. No entanto, tinha o alvo nas suas costas, a concorrência atacou-a sem tréguas, mas quando parecia que ia ser derrotada, reapareceu no último pelotão e conquistou a vitória. Foi uma mensagem e peras.

As rivais foram claramente identificadas, a começar pela detentora do título, Ceylin del Carmen Alvarado. A ciclista neerlandesa já correu muito esta época, com nada menos do que seis vitórias, e pode legitimamente ser considerada como a porta-estandarte do ciclocrosse. Lucinda Brand, duas vezes vencedora da geral da carreira, também já provou o seu valor em várias ocasiões e será a outra grande rival da campeã mundial.

Depois, há a equação Puck Pieterse. Sem dúvida a maior potência do circuito, mas depois de uma longa temporada de ciclocross, corrida de estrada e ciclismo de montanha, é agora campeã do mundo. Precisava de uma pausa, de uma pausa para respirar, e só voltará na quarta etapa em Namur, em meados de dezembro. Isso é suficiente para enterrar as suas ambições na classificação geral, mas não há dúvida de que os Campeonatos do Mundo estão na sua mente.

Como acontece frequentemente com as mulheres, a armada neerlandesa parece não ter rivais. As belgas têm uma boa colónia, com Laura Verdonschot e Alicia Franck a liderar, mas não há nada que abale a Holanda, que deverá reinar suprema. Zoe Bäckstedt, que deverá atingir um novo nível, será uma delícia de seguir e, do lado francês, uma certa Célia Géry, campeã europeia de sub-23 na sua primeira época nesta categoria etária, será uma das que deverá ser seguida com muita atenção.

Thibau Nys, em nome do pai

Thibay Nys é uma das revelações da época de estrada, com várias vitórias em etapas acidentadas que lhe permitiram demonstrar a sua força. Mas, acima de tudo, é um especialista em ciclocross. Uma linhagem lógica, dado que o seu pai, Sven Nys, tricampeão da Taça do Mundo e bicampeão mundial, foi um dos mais eminentes especialistas da disciplina no início do século.

O entusiasmo e a sua falta de sentido tático custaram-lhe caro no ano passado, mas nos últimos meses parece ter dado uma reviravolta, tanto física como mental. Para além dos seus resultados na estrada, o título de campeão europeu foi um ponto de viragem. A Taça do Mundo é um verdadeiro objetivo e ele fez o suficiente na pré-época para ser considerado um favorito. A única incerteza é uma queda na última corrida, mas nada de grave, segundo as últimas contas.

O adversário é o seu compatriota e detentor do título, Eli Iserbyt. Tal como Alvarado na corrida feminina, ele é uma referência. 6 pódios em 11 corridas, mas uma tendência bem conhecida para se passar. Na corrida masculina, são os belgas que estão em força, com o antigo bicampeão europeu Michael Vanthourenhout, o regular Niels Vandeputte e Laurens Sweeck, que já se mostrou muito consistente esta época.

E os neerlandeses? O eterno Lars van der Haar é um dos trunfos, tal como Pim Ronhaar, mas a melhor carta intrínseca é Joris Niewenhuis. Infelizmente, este último não estará presente em Antuérpia, e não se sabe quando regressará nem em que forma. Tudo isto pode travar as ambições de uma das duas principais nações do ciclocross.

Mais uma vez, o duelo do Benelux deverá ofuscar o resto da competição. O melhor ciclista fora destes dois países é, sem dúvida, Felipe Orts Lloret, vice-campeão europeu em casa, bem como o sólido Michael Boroš. Se voltar ao nível do ano passado, Cameron Mason também merece ser seguido de perto. Mas será, sem dúvida, para os lugares de honra...

Sem os gigantes... por enquanto

Sem Mathieu van der Poel, sem Wout Van Aert. Como sabemos, quando eles estão lá, estão à frente da concorrência. Mas não estão a disputar a classificação geral, pois não podem combinar uma época completa de ciclocrosse com grandes ambições na estrada. No entanto, devemos voltar a vê-los durante a época, com o objetivo de conquistar mais um título de campeão do mundo (6 para VDP, 3 para Wout). Talvez com uma grande batalha como em 2023...