Campeão mundial de fundo em 2020 e 2021, Loulou vai estrear-se com as cores da equipa suíça, do segundo escalão mundial, em solo luso, sendo também a primeira vez que compete em Portugal.
Após 11 temporadas no WorldTour, na estrutura da Soudal Quick-Step, o carismático francês decidiu baixar de divisão para relançar a sua carreira, na qual soma 44 vitórias, entre as quais se destacam seis etapas na Volta a França, três Flèche Wallonne (2018, 2019 e 2021), a Milão-Sanremo e a Strade Bianche em 2019, e uma etapa na última Volta a Itália.
Combativo como poucos, Julian Alaphilippe tornou-se um dos mais populares ciclistas do pelotão, e dos mais amados em França, depois de liderar a Volta a França durante 14 dias em 2019 – foi quinto na geral final -, um ano após ter-se sagrado rei da montanha na prova nacional.
Em conferência de imprensa, o corredor francês revelou que iniciará a época na Clássica da Figueira, em 16 de fevereiro, seguindo depois para a Volta ao Algarve, que decorre entre 19 e 23 de fevereiro.
Na Tudor, Alaphilippe, de 32 anos, reencontrou o diretor português Ricardo Scheidecker, com quem já tinha trabalhado na Soudal Quick-Step.
Aos 32 anos, o antigo bicampeão do mundo considera que "é o momento certo para esta grande mudança", após dez anos na Soudal Quick-Step, onde a sua aventura terminou este inverno com uma nota amarga, devido à sua relação complicada com o patrão Patrick Lefevere, num contexto de declínio dos resultados.
Para as próximas três temporadas, encontrou refúgio numa equipa jovem, liderada pelo ex-campeão suíço Fabian Cancellara, que tem vindo a subir na classificação desde a sua criação em abril de 2022.
"O projeto atraiu-me desde as primeiras conversas que tivemos com o Ricardo (Scheidecker, diretor desportivo), o Raphi (Raphael Meyer, diretor-geral) e o Fabian (Cancellara). A ideia de fazer parte de uma equipa jovem, mas com muito caráter e ambição, seduziu-me imediatamente", explicou o francês.
"É um desafio para mim também, foi o meu instinto que decidiu e estou muito feliz com a minha decisão. Eles sabem para onde querem ir, e isso motivou-me muito", insistiu.
Os seus patrões esperam que a sua chegada, juntamente com a do suíço Marc Hirschi, que esteve muito em evidência no final da época passada, convença os organizadores a acolhê-los. "Espero que possamos participar em todas as corridas com que sonhamos", disse Alaphilippe, referindo-se em particular à Volta a França, a corrida de todas as corridas.
"Estou sempre otimista, é um sonho ir à Volta, está na nossa cabeça, claro, mas ainda falta muito", sublinhou o francês que espera "voltar ao seu melhor nível possível" em 2025, a partir de uma época que já foi melhor do que as duas anteriores.
Quanto à sua coabitação com Hirschi, que tem características semelhantes, considera que se trata de "um problema de ricos". "Não haverá rivalidade entre nós. No fundo, sou um líder e um avançado, e isso nunca vai mudar. Mas sempre tive o prazer de ajudar os meus companheiros de equipa e terei todo o gosto em ver o Marc atingir os seus objetivos", garantiu.