O tribunal considerou que o arguido "tinha efetivamente possuído e utilizado métodos proibidos com os ciclistas, pelo menos com os irmãos Quintana", explicou esta quarta-feira a presidente Lola Vandermaesen.
Fredy Gonzales Torres foi julgado por "posse de uma substância ou método proibido para utilização por um desportista", bem como por tê-los administrado "sem justificação médica" aos irmãos Quintana.
Durante duas buscas realizadas em 16 de setembro de 2020 em hotéis ocupados pela equipa Arkéa-Samsic durante a Volta a França, adiada nesse ano devido à pandemia de Covid, foram apreendidos equipamentos de infusão e medicamentos, nomeadamente no quarto do Dr. Gonzales.
Vencedor do Giro d'Italia em 2014 e do Giro de Espanha em 2016, três vezes no pódio da Volta a França, Nairo Quintana estava a correr pela equipa francesa Arkéa-Samsic em 2020, com o seu irmão mais novo. Nenhum dos ciclistas testou positivo para doping nesse ano.
Na audiência de 3 de março, o procurador pediu uma pena de prisão suspensa de um ano e uma multa de 5.000 euros contra o médico colombiano.
A presidente Lola Vandermaesen observou esta quarta-feira que "a quantidade de produtos apreendidos", nomeadamente 32 seringas e vários sacos de 250 ml de soro fisiológico, era "incompatível com o uso estritamente pessoal". A Comissão salientou igualmente que os perfis genéticos do médico e dos irmãos Quintana tinham sido retirados de um torniquete.
"As explicações de que o utilizou para segurar ímanes não são apoiadas por qualquer prova", continuou.
Durante a audiência de março, o procurador descreveu "um guia com ares de guru", detalhando a "terapia com ímanes" e os "clisteres noturnos com sumo de limão, puré de alho e café moído" oferecidos aos ciclistas, bem como as sequências de números a repetir "para restabelecer o equilíbrio mental".
O Dr. Gonzales foi igualmente condenado a pagar 60.500 euros à equipa Arkéa a título de indemnização por danos financeiros, morais e de imagem. O seu advogado, Mohamed El Yousfi, anunciou a sua intenção de recorrer.