O britânico, pai de dois filhos, que deixou o vício há um ano, disse que os filhos queriam interná-lo numa clínica de reabilitação, temendo que o problema pudesse ser fatal. Wiggins, que venceu a Volta à França em 2012, disse que frequenta regularmente sessões de terapia e que se sente "muito mais em paz" consigo próprio.
"Houve alturas em que o meu filho pensou que eu ia ser encontrado morto de manhã. Eu era um toxicodependente funcional. As pessoas não se apercebiam. Estive pedrado a maior parte do tempo durante muitos anos", disse ao The Observer.
E acrescentou: "Estava a andar na corda bamba. Apercebi-me que tinha um problema enorme. Tinha de parar. Tenho sorte em estar aqui. Fui vítima das minhas próprias escolhas durante muitos anos".
"Já tinha muito ódio de mim próprio, mas estava a amplificá-lo. Era uma forma de autoflagelação e auto-sabotagem. Não era a pessoa que eu queria ser. Apercebi-me de que estava a magoar muitas pessoas à minha volta".
Desde que terminou a sua carreira em 2016, Wiggins tem falado sobre os ciúmes do seu pai e sobre o facto de ter sido manipulado por um treinador quando era criança. O ciclista de 45 anos, que no ano passado declarou falência, disse que o antigo ciclista Lance Armstrong, que confessou ter-se dopado em 2013, ajudou na sua recuperação, oferecendo-se inclusive para pagar a terapia.
"O meu vício foi uma forma de aliviar a dor com que eu vivia. Ainda estou a perceber muito disto, mas o que tenho é muito mais controlo sobre mim próprio e sobre os meus estímulos. Agora estou muito mais em paz comigo próprio, o que é muito importante", disse Wiggins, segundo a Cycling Weekly.