“Depois de muitos anos dedicado ao ciclismo profissional, chegou o momento de tomar a decisão que todos os desportistas enfrentam alguma vez: encerrar esta etapa da minha vida”, escreveu numa publicação nas suas redes sociais.
Vencedor da Volta2022 e segundo classificado da edição de 2021, atrás de Amaro Antunes, entretanto desclassificado por doping, Mauricio Moreira encerra surpreendentemente a carreira aos 30 anos, depois de duas épocas para esquecer.
“O ciclismo foi a minha casa durante anos. Proporcionou-me alegrias imensas, desafios constantes, triunfos que me marcaram e derrotas que me ensinaram. Exigi sempre o máximo de mim, com disciplina, ambição e uma entrega total. (...) Mas, nesse caminho, também deixei coisas importantes para trás”, reconhece.
O uruguaio, que era um dos dois ciclistas no ativo no pelotão nacional a ter vencido a Volta – o outro é o bicampeão em título Artem Nych - diz ter percebido que “a vida também se ganha fora da estrada”.
“Por isso, hoje escolho mudar de rumo”, revela, indicando que agora é “tempo da família, dos afetos e de um novo começo”.
Além da vitória na Volta, Mauri tem no palmarés o Troféu Joaquim Agostinho (2023), o Grande Prémio O Jogo (2023), o GP Jornal de Notícias (2022), o GP Anicolor (2022), a Volta ao Alentejo (2021) e o GP Douro Internacional (2021).
O uruguaio chegou a Portugal em 2021 para representar a Efapel e rapidamente se tornou no grande dominador do calendário nacional, uma realidade que mudou a partir da Volta2023, que acabou num modesto 20.º lugar.
No ano seguinte, desistiu da prova rainha do calendário nacional, após ter desmaiado durante a quarta etapa, protagonizando depois um polémico divórcio da então denominada Sabgal-Anicolor, que o acusou de quebra de confiança.
A passagem pela Efapel também terminou com uma rescisão antecipada de contrato, após ter somado apenas 10 dias completos de competição esta temporada e sido deixado de fora da Volta a Portugal.
“Agradeço profundamente a cada equipa que confiou em mim, aos meus companheiros, treinadores, ‘staff’ e a todos os que fizeram parte desta viagem. E obrigada aos adeptos, pelo apoio incondicional e o respeito durante todos estes anos”, escreve ainda.
Mauri garante que se retira do ciclismo profissional “com a consciência tranquila”, sabendo que deu “tudo”.
“Não me despeço com vazio, mas com gratidão, e com a certeza que agora começa uma corrida diferente, igualmente importante”, termina.
Antes de chegar a Portugal, o uruguaio, que estava oficialmente sem contrato para 2026, representou a Caja Rural (2018 e 2019) e a equipa do clube Vigo-Rias Baixas.
