O porta-voz do COI, Mark Adams, disse aos jornalistas que a questão dos prémios foi levantada por "representantes das federações internacionais e dos atletas".
"O principal argumento é a justiça", disse Adams.
Nos Jogos Olímpicos de Paris, se "todos os medalhados" tivessem beneficiado de bónus financeiros das suas federações internacionais, estariam envolvidos "cerca de 1000 atletas e equipas", 65% dos quais provenientes dos 15 comités olímpicos mais bem colocados no quadro de medalhas, "bem financiados e privilegiados".
"A direção executiva considerou que isto ia contra a missão do COI e poderia facilmente transformar os Jogos Olímpicos num evento elitista", concluiu o porta-voz.
Sem consultar ninguém, o presidente da World Athletics, Sebastian Coe, anunciou em abril passado a sua intenção de pagar 47.000 euros em bónus aos medalhados de ouro da sua disciplina nos Jogos de Paris-2024, suscitando críticas.
O diretor executivo do COI, o alemão Thomas Bach, recordou então a missão de "solidariedade" das federações internacionais. Estas "devem tratar da mesma forma todas as federações membros e todos os seus atletas", declarou à AFP no final de abril.
Segundo Bach, cabe antes aos comités olímpicos nacionais encorajar "o sucesso dos seus atletas que participam nos Jogos Olímpicos", razão pela qual "distribuem bónus há muitos anos".
O mal-estar com que a iniciativa de Coe foi acolhida pode ser visto na campanha para a sucessão de Bach na presidência do COI, para a qual o diretor da World Athletics é um dos candidatos. A eleição terá lugar entre 18 e 21 de março na Grécia.
