Patrick Anton fez esses comentários esta terça-feira, um dia depois de Le Graet ter pedido desculpa a Zinedine Zidane pelas observações feitas sobre o antigo treinador do Real Madrid que despertou a ira de jogadores, políticos e do clube espanhol.
Zidane era um dos favoritos para suceder a Deschamps no comando da seleção francesa, mas o contrato do selecionador foi renovado depois de ter conduzido a equipa à final do Mundial-2022, que perdeu para a Argentina nas grandes penalidades.
Questionado sobre se Zidane, vencedor o Campeonato do Mundo com a França em 1998 e um ícone nacional, poderia agora assumir o cargo de selecionador do Brasil, Le Graet disse à rádio RMC: "Não quero saber, pode ir para onde quiser".
Em declarações ao jornal francês L'Équipe, Anton não poupou nas críticas ao presidente da Federação.
"Le Graet fez uns comentários que demonstram que perdeu alguma da sua lucidez. É um homem cansado, que precisa de seguir em frente. Precisamos de uma administração forte e serena, o que infelizmente já não é o caso. Durante toda a época temos de aplicar as regras da ética aos líderes - especialmente aos presidentes das distritais e da Liga - e remeter os casos para os comités disciplinares porque ultrapassaram a linha".
"No que toca ao presidente da Federação, apesar de obviamente não termos intenção de remeter o caso a um comité disciplinar, só lhe podemos pedir para se demitir e salvagudar os melhores interesses do futebol".
O L´Équipe relatou ainda que vai decorrer uma reunião entre o Comité Executivo da FFF na quarta-feira. A FFF não se mostrou disponível para comentar imediatamente o caso.
Ainda esta quarta-feira, a agente Sonia Souid acusou Le Graet, de 81 anos, de comportamentos sexistas.
"Disse-me cara a cara, no seu apartamento, muito claramente, que se queria que ele me ajudasse tinha de ter relações", afirmou Souid, que pretendia reunir-se com Le Graët e debater a promoção do futebol feminino.