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Confissão de Djokovic: "Não me queriam lá, não fui feito para estar entre Rafa e Federer"

Novak Djokovic, tenista sérvio de 38 anos
Novak Djokovic, tenista sérvio de 38 anosAdam Stoltman / Alamy / Profimedia
Vinte e quatro vezes campeão do Grand Slam, Novak Djokovic (38 anos) admite que cometeu erros na sua carreira que afetaram a sua popularidade. Numa entrevista muito íntima ao podcast "Failures of Champions", sugeriu que muitas vezes se sentiu como uma quinta roda entre os três jogadores de ténis mais bem sucedidos do século XX.

Roger Federer e Rafael Nadal já não jogam há algum tempo e, dos três grandes, apenas ele, Novak Djokovic, permanece. Mas o tenista sérvio admite, na sua última confissão, que duvida do seu papel.

"Nunca fui admirado e amado como Federer e Nadal porque não estava destinado a estar lá. Eu era o pequenote, o terceiro a chegar e a dizer: 'Vou ser o número um', e muitas pessoas não gostaram disso", disse o tenista mais bem sucedido da história em termos de títulos do Grand Slam.

Atualmente, Djokovic está também a aproximar-se do fim da sua carreira, com 38 anos. Após a meia-final do Open de França deste ano, entre outras coisas, deu a entender que poderia ser a sua última presença em Paris.

Djokovic (24), Nadal (22) e Federer (20) conquistaram em conjunto 66 troféus do Grand Slam e moldaram o ténis mundial como ninguém antes deles. Para além dos seus êxitos desportivos, também se falava deles fora do campo.

Enquanto Federer e Nadal eram ídolos para a maioria dos fãs de ténis, o sérvio tornou-se uma fonte de controvérsia. Por vezes, comportava-se de forma infeliz e desajeitada, como no Open dos Estados Unidos de 2020, quando, frustrado, atingiu o juiz de linha com uma bola no pescoço e foi desqualificado. Ou em 2022, quando deu uma entrevista com um teste de covid positivo. Mas houve outros incidentes estranhos que tiraram pontos a Djokovic.

"Sou obviamente um homem com muitos defeitos. No entanto, sempre tentei viver com um coração aberto e boas intenções e, em última análise, tentando ser eu próprio", disse.

"Eu só queria ser melhor do que eles"

Djokovic ganhou o seu primeiro título do Grand Slam em 2008, enquanto Federer já tinha 10 triunfos e Nadal três. E apesar de ter igualado ambos ao longo dos anos, sentiu que as pessoas não lhe desejavam o melhor.

"Eu estava a jogar e ainda me sentia como uma criança indesejada. Perguntei-me porquê. Isso magoava-me. Durante algum tempo, pensei que os adeptos me aceitariam se eu me comportasse de forma diferente. Mas nem isso ajudou", disse.

Não é segredo que as relações de Djokovic com Federer e Nadal têm sido mais ou menos calmas durante a sua rivalidade em court. No entanto, o atual recordista de títulos do Grand Slam sublinha que se tratou de uma questão puramente desportiva.

"O facto de alguém ser o meu maior rival não significa que o queira magoar ou odiar. Só quero fazer algo no campo para o derrotar. Lutámos por muitos troféus e o melhor jogador ganhou sempre", explicou.

Atualmente, Novak Djokovic mantém uma relação de amizade, especialmente com Rafael Nadal, e diz que sempre foram próximos.

"Sempre o respeitei a ele e ao Federer, nunca disse uma palavra má sobre eles e nunca direi. Admirava-os e continuo a admirá-los. Mas sempre me dei melhor com o Nadal", admitiu o tenista sérvio.