O tetracampeão mundial de 28 anos já venceu o Grande Prémio de São Paulo por três vezes ao serviço da Red Bull – em 2019, 2023 e 2024. No ano passado, triunfou depois de partir do 17.º lugar da grelha, com uma exibição magistral sob chuva intensa, enquanto Norris, que procurava reduzir a vantagem do neerlandês, terminou em sexto.
Desta vez, é o campeão que persegue os homens da McLaren, que lideram a luta pelo título. Norris lidera o colega de equipa Oscar Piastri por um ponto, após a vitória no México, mas com quatro fins de semana de corridas por disputar, tudo indica que Verstappen está em grande forma.
Três vitórias e seis pódios consecutivos relançaram-no na luta pelo título, depois de ter estado a 104 pontos da liderança no final de agosto e, como já admitiu, adora correr no Brasil.
"É um lugar especial para mim. Não só pelas corridas incríveis e grandes momentos que já vivemos lá, mas também porque a minha família por afinidade é do Brasil. Pode chover muito, por isso podem acontecer corridas loucas como a do ano passado, que foi emocionante e muito importante para o campeonato", apontou.
A companheira de Verstappen, Kelly Piquet, é filha do tricampeão Nelson Piquet e mãe da sua filha Lily, nascida em maio deste ano. O piloto tem estado com a família no Brasil antes da corrida deste fim de semana.
"Vou usar o meu capacete especial do Brasil nesta corrida. É um local com muita história e um grande legado, que me traz memórias fantásticas. E adoro sempre correr num circuito tão old school", revelou Verstappen.
A vitória no México foi um impulso para Norris, cujo melhor resultado no Brasil foi um segundo lugar há dois anos, enquanto Piastri, que tem lutado para recuperar a consistência e energia do início da época, alcançou o seu melhor resultado pessoal com um oitavo lugar no ano passado.
Enquanto a Red Bull continua a desenvolver o carro de 2025, a McLaren já está focada nas novas regras do próximo ano, o que aparentemente permitiu que outros aproveitassem a iniciativa – até Norris responder de forma categórica. O chefe de equipa, Andrea Stella, afirmou após a vitória do britânico de 25 anos que acredita que ambos os pilotos da McLaren têm motivos para estarem confiantes para as últimas quatro jornadas, com sprints incluídos no Brasil e no Catar.
Ameaça tardia
"Entramos nestas corridas com uma melhor compreensão de como extrair rendimento do nosso carro de forma consistente, porque nas quatro provas antes do México deixámos alguma performance na garagem," explicou.
Depois de dificuldades em condições de pouca aderência, Piastri trabalhou para adaptar o seu estilo e sentiu, após o México, que estava numa posição melhor do que muitos pensavam, mesmo que Norris tenha somado cinco vitórias no duelo interno da equipa.
"Nas últimas quatro corridas, não vejo razão para acreditar que um circuito possa favorecer mais um piloto do que o outro," acrescentou Stella, ciente também da crescente ameaça final não só de Verstappen, mas também da Ferrari e da Mercedes, com três equipas a lutarem pelo segundo lugar no campeonato de construtores.
A McLaren garantiu o seu segundo título há algumas semanas e chega ao Brasil com 713 pontos, mas atrás seguem a Ferrari com 356, a liderar a Mercedes com 355 e a Red Bull com 346.
"Tivemos alguns fins de semana complicados, mas continuamos na luta pelo 2.º lugar. A nossa vantagem sobre os rivais desapareceu entre Austin e o México, mas podemos dar a resposta no Brasil", afirmou o chefe da Mercedes, Toto Wolff.
George Russell, da Mercedes, venceu no Brasil em 2022, enquanto o heptacampeão da Ferrari Lewis Hamilton também celebrou triunfos emocionantes em Interlagos em 2016, 2018 e 2021, ao serviço da Mercedes.
Hamilton e o colega de equipa Charles Leclerc, que anunciou o noivado com Alexandra Saint Mleux na semana passada, estiveram rápidos no México, onde Leclerc foi segundo, e vão procurar mais um bom resultado.
Com previsão de chuva, antevê-se um fim de semana imprevisível e muito competitivo num circuito que costuma proporcionar resultados inesperados e bastante emoção.
