O papel do sócio diretor técnico: "Quando falei com Lawrence Stroll (Diretor Geral) sobre o futuro, ele sugeriu que eu me tornasse Sócio-Diretor Técnico. O Lawrence teve a amabilidade de confiar em mim para ser o seu parceiro, desenvolvendo a parte técnica da equipa, reforçando as nossas competências técnicas e melhorando as nossas capacidades de engenharia".
Primeiras impressões na Aston Martin: "Quando nos juntamos a uma nova equipa, é sempre difícil saber como será a experiência. Sempre que me juntei a uma nova equipa, cada uma delas foi muito diferente. A primeira coisa que posso dizer sobre a equipa é que todos têm sido muito acolhedores, o que é ótimo. Nem sempre foi assim quando comecei numa nova equipa. Esta é uma equipa que fez crescer muito pessoal em muito pouco tempo. Temos ótimas instalações, as pessoas estão entusiasmadas e a nossa função é estabelecer ligações e fazer com que tudo corra bem."
Instalações e recursos da Aston Martin: "A visão de Lawrence (Stroll) criou uma instalação soberba, a melhor da F1, mas é importante que agora otimizemos a sua utilização. Mais uma vez, este é um desporto de pessoas. A minha equipa anterior tinha um dos piores túneis de vento da F1 e operava a partir de uma série de edifícios pouco notáveis numa zona industrial, mas ele conseguiu que todos trabalhassem em conjunto e formou uma grande equipa. Temos muitas pessoas talentosas, mas também algumas áreas que precisam de ser reforçadas em maior número, e precisamos que todos trabalhem melhor em conjunto, utilizando estas ferramentas e desenvolvendo as nossas competências".
Novos regulamentos em 2026: "A minha opinião sobre os regulamentos de 2026 é semelhante à que tive sobre a grande alteração dos regulamentos de 2022: no início, pensei que os regulamentos eram tão prescritivos que não restava muito (para um designer fazer), mas depois começamos a aprofundar os pormenores e percebemos que há mais flexibilidade para a inovação e abordagens diferentes do que parece à primeira vista. Vimos isso no início de 2022, com as equipas a tomarem direcções muito diferentes. Agora, claro, quatro épocas depois, convergiram em grande medida, mas inicialmente não era assim. A variação entre as equipas é ótima. É um pouco aborrecido se os carros forem idênticos e a única forma de os distinguir for pela pintura. Penso que há uma grande probabilidade de em 2026 assistirmos a algo semelhante a 2022. Existe flexibilidade suficiente nos regulamentos e estou certo de que serão encontradas soluções diferentes. Algumas delas serão eliminadas nos primeiros dois ou três anos, à medida que as equipas começarem a convergir. Outro aspeto é que, pela primeira vez, tanto quanto me lembro, os regulamentos do chassis e da unidade de potência estão a mudar ao mesmo tempo. Isto é... interessante... e um pouco inquietante. Tanto as novas regras aerodinâmicas como as da unidade de potência oferecem oportunidades. Espero ver uma série de soluções aerodinâmicas e, para começar, pode haver variações no desempenho da unidade de potência em toda a grelha, como foi o caso quando os regulamentos híbridos entraram em vigor em 2014."
O seu primeiro Aston Martin: "Imagino que será verde."
Conversas com Alonso e Stroll: "Também falei muito com o Lance e o Fernando, para saber as suas opiniões sobre os pontos fortes e fracos do carro atual, a correlação entre o carro atual e o simulador de pilotos no circuito, etc. Os pilotos são uma parte essencial do ciclo de feedback sobre a forma como a organização da engenharia é modificada e como as tarefas são abordadas."
Comunicação entre engenheiros e pilotos: "É um processo que mudou imenso ao longo dos anos. Para mim, a grande mudança entre a altura em que comecei e agora é o advento dos gravadores de dados. Agora é mais fácil interpretar o que o piloto está a dizer e ver como isso se reflete nos dados. Ao mesmo tempo, os pilotos são muito intuitivos. Modificam o seu estilo de condução para compensar as deficiências de manobrabilidade do automóvel e comunicam a forma como o automóvel responde a esse estilo modificado, talvez sem se aperceberem de que mudaram o que estavam a fazer. Por isso, não se pode confiar apenas nos dados, também é preciso entrar nas suas mentes."