Norris, da McLaren, que lidera o campeoanto de pilotos com três pontos de vantagem sobre o companheiro australiano Oscar Piastri antes da quinta ronda, no domingo, na Arábia Saudita, culpou-se a si próprio e não à equipa, depois de um fim de semana escasso no Bahrain.
O britânico disse que estava "sem noção" na qualificação, cometeu demasiados erros na corrida - começando com uma falsa partida de sexto e terminando em terceiro - e teve dificuldades em sentir-se confortável com o carro.
A velha maneira de pensar na Fórmula 1 era esconder essa vulnerabilidade, para que os rivais não a usassem como arma psicológica, mas Vettel, que se aposentou em 2022, disse que Norris refletia uma nova atitude.
"Acho que é um desenvolvimento positivo porque somos pessoas normais", disse o alemão, antes de um evento de karting que organiza para ajudar jovens mulheres a entrar no automobilismo na Arábia Saudita, à Reuters.
"Temos problemas normais, como toda a gente. O heroísmo é bom, mas também faz parte do heroísmo falar dos nossos problemas e das nossas fraquezas. Acho que é um grande desenvolvimento para ver e testemunhar e verdadeiros modelos a seguir", apontou.
Vettel recorda que, em criança, lhe diziam para não partilhar as suas fraquezas, para não chorar, e Norris mostra que não há problema em ser mais aberto.
"Não acho que seja um sinal de fraqueza. Pode ser criticado por algumas pessoas, mas se olharmos para o quadro geral, acho que é apenas um progresso", disse.
Vettel duvidou que a rivalidade entre Norris e Piastri, vencedor no Bahrain e cujo agente é o antigo colega de equipa e rival do alemão, Mark Webber, chegasse a assumir as mesmas proporções do que a do piloto alemão quando venceu o título em 2010.
"Colocaria Lando como um favorito indireto, mas o tempo dirá. Naturalmente, as pessoas procuram sempre entretenimento, o que é bom e faz parte do desporto, mas não vejo esses dois a ter uma rivalidade intensa e dura. Acho que se vão dar bem e acho que o chefe de equipa Andrea (Stella) também está em posição de os orientar bem", indicou.
"As rivalidades hoje em dia são diferentes. Nós respeitávamo-nos e esta geração respeita-se mutuamente. Mas eles progrediram e gerem melhor do que nós a diferença entre o que acontece na pista e fora dela", vincou.
Vettel continua a fazer figas pelo seu amigo e rival Lewis Hamilton, na Ferrari, mesmo que não seja claramente um favorito para ganhar o oitavo campeonato do mundo. Não descartou as hipóteses de Max Verstappen de ganhar um quinto título consecutivo, apesar dos problemas atuais da Red Bull.
Verstappen terminou apenas em sexto lugar no Bahrain, uma semana depois de vencer no Japão, provocando preocupações na equipa, apesar de estar a apenas oito pontos da liderança após quatro corridas.
"É óbvio que a Red Bull não está muito forte agora, mas se recuarmos um ano, a Red Bull começou muito forte e não estava tão forte no final e ainda assim ganhou (o título de pilotos). Por isso, as coisas podem mudar", disse o alemão.
"Não é assim tão fácil de resolver, mas geralmente eles sabem o que estão a fazer. É muito provável ou muito possível que a Red Bull consiga dar a volta por cima", atirou.