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Zak Brown rejeita alegações de Palou sobre Piastri: "São claramente absurdas"

Zak Brown observa
Zak Brown observaReuters / Jaimi Joy

O chefe da McLaren, Zak Brown, classificou como "absurda" a sugestão de que teria sido contra a contratação de Oscar Piastri, atualmente líder do campeonato de Fórmula 1, quando era ainda um estreante há três anos.

O vencedor das 500 Milhas de Indianápolis e tetracampeão da IndyCar, Alex Palou, afirmou numa audiência em tribunal em Londres, na semana passada, que Brown lhe disse, no final de 2022, que a contratação do australiano não tinha sido uma decisão sua.

Em declarações à Reuters antes do Grande Prémio dos Estados Unidos, este fim de semana no Texas, onde Piastri tentará aumentar a vantagem de 22 pontos sobre o colega britânico Lando Norris, Brown discordou da versão de Palou.

"Não sei qual das acusações me divertiu mais – a ideia de que eu não tomaria uma decisão fundamental sobre a nossa dupla de pilotos, ou a sugestão de que não apoiei a contratação do talentoso Oscar Piastri", afirmou Brown.

"Ambas as alegações são claramente absurdas – e qualquer pessoa que acompanhe o nosso desporto percebe isso de imediato".

Declarações geram manchetes

Palou, que esperava garantir um lugar na F1 da McLaren, disse ao tribunal na semana passada que Brown lhe tinha dito que a decisão foi tomada pelo então diretor Andreas Seidl, que já saiu da equipa.

"O Zak disse-me que o desempenho do Oscar seria avaliado em comparação com o meu para o lugar em 2024", acrescentou o espanhol.

Seidl liderou a equipa de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Antes disso, foi chefe da equipa de resistência da Porsche, onde um dos pilotos era o compatriota e empresário de Piastri, Mark Webber.

Brown, que está na McLaren, campeã em título, desde 2016, foi nomeado diretor executivo em 2018, assumindo a responsabilidade global pelo negócio.

As declarações de Palou sobre Piastri, que deram que falar, causaram agitação na Austrália, onde persistem receios de que a McLaren possa favorecer o colega britânico Lando Norris na acesa luta pelo título.

Faltam disputar seis jornadas, além de três sprints ao sábado.

O foco principal está agora nos pilotos, depois de a McLaren ter garantido o título de construtores, com Piastri a tentar tornar-se no terceiro campeão mundial de Fórmula 1 do seu país e o primeiro desde Alan Jones em 1980.

A mudança do australiano para a McLaren em 2023 aconteceu após uma disputa contratual com a Alpine, detida pela Renault, onde era piloto de reserva, episódio que foi retratado na série documental da Netflix 'Drive to Survive', com Brown como protagonista.

Piastri ainda não comentou o assunto, mas está previsto falar com os jornalistas em Austin na quinta-feira.

Brown, que foi interrogado pelo advogado de Palou na semana passada, contou que viu Piastri no fim de semana e que o australiano se riu da ideia de que o seu chefe não teria grande influência nas contratações.

"Temos a melhor dupla de pilotos da grelha da F1, com o Oscar e o Lando – não podia estar mais satisfeito com o desempenho incrível deles e o seu espírito desportivo", afirmou Brown.

"Estou entusiasmado com as corridas fantásticas que ainda vamos ver até ao final da época".

A McLaren Racing reclama cerca de 20 milhões de dólares a Palou, num processo que deverá prolongar-se até novembro, depois de o piloto de 28 anos ter desistido de uma mudança há três anos e permanecido na Chip Ganassi Racing (CGR) na IndyCar.

O espanhol já admitiu a violação do contrato, mas defende que não deve nada.