O MotoGP é um dos campeonatos mais emocionantes do desporto motorizado, sendo a velocidade a sua principal caraterística. Ao longo dos anos, as motas desta categoria evoluíram imenso, permitindo aos pilotos atingir velocidades impressionantes. No entanto, o desempenho em pista depende de muitos fatores, como a aerodinâmica e as condições climatéricas. Abaixo, analisamos os principais factos sobre a velocidade máxima do MotoGP, os recordes alcançados e a sua comparação com os carros de Fórmula 1, outra das disciplinas mais rápidas do mundo.
A que velocidade vão os pilotos atualmente (gama de velocidade média atual)?
Os pilotos de MotoGP mantêm atualmente uma velocidade média por volta entre 160km/h e 185km/h, dependendo do circuito. Esta média é calculada em toda a pista, tendo em conta tanto as retas como as zonas técnicas e lentas das curvas.
Em circuitos rápidos como Mugello (Itália) ou Silverstone (Reino Unido), a velocidade média está normalmente mais próxima do limite superior (180-185 km/h), devido às longas retas e curvas largas. Em pistas mais sinuosas, como Sachsenring (Alemanha) ou Jerez (Espanha), a média desce para cerca de 160-170 km/h, devido às curvas apertadas e às secções mais técnicas. O tipo de sessão também desempenha um papel importante: na qualificação, onde se corre à velocidade máxima com pneus novos e pouco combustível, a média pode ser ligeiramente superior à da corrida.
Embora as velocidades máximas possam ultrapassar os 350 km/h nas retas, é importante distinguir entre estes picos e a velocidade média sustentada durante uma volta completa, que é o que realmente define o ritmo competitivo no MotoGP.
Recorde de velocidade máxima de MotoGP de todos os tempos
O recorde de velocidade máxima de sempre do MotoGP pertence a Brad Binder, que atingiu uns espantosos 366,1 km/h durante a corrida de sprint do Grande Prémio de Itália em Mugello, em 2023, ao volante de uma KTM RC16. Este feito impressionante superou o recorde anterior, consagrando Binder como um dos pilotos mais rápidos da história da categoria.
Nos últimos anos, outros pilotos aproximaram-se ou mesmo ultrapassaram a barreira dos 360 km/h, nomeadamente Jorge Martin, que conseguiu atingir 363,6 km/h em Mugello em 2022. Este feito não é apenas um marco pessoal para o piloto da Ducati, mas também um testemunho dos contínuos avanços tecnológicos no MotoGP, onde as melhorias na aerodinâmica e na potência do motor são cruciais para esses avanços.
Outro recorde notável pertence a Johann Zarco, que atingiu 362,4 km/h durante o Grande Prémio do Catar de 2021, montando uma Ducati. Isso foi alcançado em um circuito muito rápido, onde as longas retas permitem que os pilotos atinjam essas velocidades impressionantes sem a necessidade de frear excessivamente.
De que depende a velocidade máxima no MotoGP?
A velocidade máxima no MotoGP é determinada por uma combinação de factores técnicos e ambientais que permitem aos pilotos atingir velocidades impressionantes. Eis os principais aspetos que influenciam diretamente o desempenho das motos:
Potência do motor: As motos de MotoGP são equipadas com motores de 1.000 cc capazes de gerar mais de 250 cavalos de potência (cv). Este nível de potência é essencial para atingir as altas velocidades encontradas nas retas dos circuitos. A configuração do motor, com os seus componentes de alta qualidade e tecnologia avançada, desempenha um papel fundamental na aceleração e velocidade máxima que os pilotos podem atingir.
Aerodinâmica: A eficiência aerodinâmica é crucial para reduzir a resistência ao vento, permitindo que as motos mantenham velocidades mais elevadas sem perder potência. As asas e carenagens são essenciais para o design das motos de MotoGP, pois ajudam a direcionar o fluxo de ar e a minimizar a resistência. Os avanços nesta área permitiram que as motos atingissem velocidades mais elevadas, optimizando o desempenho em longas retas e secções de alta velocidade.
Folga: O efeito de slipstreaming refere-se à técnica em que um piloto segue outro piloto de perto numa reta. O piloto da frente cria um espaço de ar, reduzindo a resistência aerodinâmica do piloto que o segue, permitindo-lhe atingir velocidades mais elevadas. Esta tática é comum nas corridas e, em alguns casos, foi fundamental para estabelecer novos recordes de velocidade no MotoGP.
Condições externas: As condições climatéricas desempenham um papel fundamental no desempenho das motos. Fatores como a temperatura do ar, a humidade e o vento podem influenciar significativamente a velocidade máxima. Por exemplo, um vento favorável pode aumentar a velocidade máxima de uma mota, enquanto um vento contrário ou condições meteorológicas adversas podem reduzi-la. Os pilotos e as suas equipas devem estar preparados para se adaptarem rapidamente às mudanças nas condições da pista.
Técnicas de segurança a alta velocidade no MotoGP
No MotoGP, a segurança a alta velocidade é fundamental. Os pilotos usam fatos especiais equipados com airbags que se abrem em caso de colisão, protegendo áreas chave do corpo como o pescoço e as costas. Usam também capacetes de última geração concebidos para absorver os impactos e oferecer a máxima proteção. As botas são reforçadas em zonas críticas para proteger os pés e os tornozelos em caso de colisão. As pistas, por outro lado, estão equipadas com grandes zonas de fuga e barreiras de proteção para minimizar os riscos. Tudo isto se conjuga para proporcionar uma segurança ótima aos pilotos, mesmo quando atingem velocidades de cerca de 370 km/h.
Comparação de velocidade entre o MotoGP e a Fórmula 1
Embora os carros de MotoGP atinjam velocidades impressionantes, os carros de Fórmula 1 são mais rápidos em termos de velocidade máxima. O recorde de velocidade da F1 é de 378 km/h, alcançado por Valtteri Bottas no Grande Prémio de Baku em 2016. Em comparação, o recorde de MotoGP é detido por Brad Binder com 366,1 km/h, registado em Mugello em 2023.
Embora as motos de MotoGP sejam mais rápidas nas retas do que os outros veículos nos circuitos, os monolugares de Fórmula 1 têm uma vantagem significativa em termos de aceleração e velocidade em curva. Isto deve-se à aerodinâmica otimizada dos carros de F1, que lhes permite manter uma maior estabilidade a altas velocidades, bem como ao seu baixo centro de gravidade, que melhora o seu desempenho em curva. Em comparação, as motos de MotoGP dependem da capacidade do piloto para controlar a moto nas curvas a alta velocidade, o que torna o seu comportamento em pista mais desafiante e arriscado.