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Proibição do jogo online pode custar milhões ao críquete indiano

Dream11 foi o patrocinador principal da camisola da seleção indiana ainda este mês.
Dream11 foi o patrocinador principal da camisola da seleção indiana ainda este mês.Henry Nicholls / AFP
O críquete indiano está à procura de um novo patrocinador principal depois de a Dream11, maior plataforma de jogos de desportos online do país, ter rescindido um contrato avaliado em 43,6 milhões de dólares (cerca de 39,7 milhões de euros). A decisão surge na sequência da nova lei que proíbe o jogo em linha, aprovada pelo parlamento indiano na semana passada.

A Dream11 tinha assinado, em julho de 2023, um contrato de três anos para patrocinar as seleções nacionais masculina e feminina, com o seu logótipo estampado nas camisolas dos jogadores. A plataforma é também patrocinadora de várias equipas da Indian Premier League.

O novo projeto de lei sobre a promoção e regulamentação do jogo em linha criminaliza a oferta e o financiamento deste tipo de serviços, prevendo penas de prisão até cinco anos para os infratores.

Segundo o Indian Express, representantes da Dream11 reuniram-se com o Conselho de Controlo do Críquete na Índia (BCCI) e informaram o diretor executivo, Hemang Amin, da decisão de abandonar o contrato.

"Consequentemente, não serão os patrocinadores da equipa na Taça da Ásia. O BCCI vai lançar um novo concurso em breve", declarou um funcionário da entidade ao jornal.

A Taça da Ásia T20 tem início marcado para 9 de setembro, nos Emirados Árabes Unidos.

"Não resta muito tempo para a Taça da Ásia, mas estamos a explorar opções", afirmou um funcionário da direção, citado pelo site Sportstar.

A Dream11, que recentemente rescindiu o contrato de patrocínio com a seleção indiana de críquete, é também parceira oficial da Premier League das Caraíbas e patrocina a Big Bash League da Austrália.

A nova proibição de jogos de azar afeta diretamente plataformas de jogos de cartas, póquer e desportos de fantasia, incluindo aplicações indianas de críquete, extremamente populares no país.

Segundo o governo indiano, a rápida expansão destas plataformas tem provocado dificuldades financeiras generalizadas, dependência e até casos de suicídio entre jovens.

As autoridades acrescentam ainda que este fenómeno está associado a fraude, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, o que levou à implementação de regras mais rigorosas para o setor.