"Todos perderam um pouco de credibilidade: a ATP, as autoridades antidoping, a imagem de Sinner. Acho que ninguém tirou nada de positivo deste caso", disse o ex-número três do mundo, recentemente reformado.
O argentino falava numa conferência de imprensa à margem do torneio ATP 500 do Rio de Janeiro, para o qual foi convidado pelos organizadores.
A Agência Mundial Antidopagem (AMA) anunciou no sábado que tinha chegado a um acordo com Jannik Sinner, segundo o qual o tricampeão do Grand Slam ficará suspenso até 4 de maio, depois de ter testado positivo para clostebol (um anabolizante) em março de 2024.
Inesperada, uma vez que a AMA tinha inicialmente pedido que o italiano fosse suspenso por um a dois anos, a decisão suscitou reacções críticas de alguns jogadores. O antigo número um do mundo Novak Djokovic, 24 vezes campeão do Grand Slam, sublinhou em particular as "incoerências" entre os vários casos de doping no ténis.
A opinião do argentino
"Tudo o que posso dizer é que acho toda esta situação estranha", disse Del Potro, 36 anos. Sinner, recordou, "testou positivo em Indian Wells (em março de 2024) e tudo veio à tona" apenas cinco meses depois, pouco antes do Open dos Estados Unidos, pela Agência Internacional para a Integridade do Ténis (Itia), que impôs apenas sanções leves ao italiano de 23 anos. "É isso que eu acho estranho", continuou Del Potro.
"Se eles sabiam do caso há meses e não o tornaram público, não percebo porque o fizeram antes do Open dos Estados Unidos se o caso estava encerrado", acrescentou.
Desde o início do caso, Sinner alegou contaminação acidental através de uma massagem que lhe foi dada por um membro da sua comitiva.
Com a suspensão imposta pela WADA, o número 1 do mundo vai falhar quatro Masters 1000, mas nenhum dos três grandes torneios que faltam disputar em 2025: Roland Garros, Wimbledon e o Open dos Estados Unidos.