"Falar com a indústria do ciclismo é absolutamente necessário. No último seminário da União Ciclista Internacional, houve um representante da indústria que disse: 'eles não estão a falar connosco'. Precisamos de falar com estas pessoas, que querem obviamente fazer alguma coisa para que o ciclismo não se torne ainda mais perigoso", declarou Christian Prudhomme à margem da apresentação do percurso Paris-Nice 2025, em Versalhes.
"Infelizmente, sabemos que se registaram acidentes dramáticos nos últimos anos. Não se trata, de forma alguma, de um ataque aos ciclistas ou às equipas. Mas temos de encarar o facto de que quanto mais rápido as coisas andam, mais perigosas são, especialmente com o crescente desenvolvimento urbano", acrescentou.
O ciclismo foi abalado por uma série de acidentes no ano passado, alguns dos quais muito graves, como o que levou Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel ao hospital com fraturas múltiplas em abril passado.
O Campeonato do Mundo de Zurique, em setembro, foi marcado pela morte de uma jovem júnior suíça, Muriel Furrer, um ano após a morte numa corrida do seu compatriota Gino Mäder durante a Volta à Suíça.
De acordo com vários intervenientes no setor, uma forma de travar o pelotão seria dar maior ênfase ao desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficientes.
Enquanto alguns defendem a utilização de pneus como na Fórmula 1, na terça-feira, C. Prudhomme falou da "largura do guiador" e também de pensar em "desenvolvimentos limitados nas descidas".
O patrão da Volta à França também se congratulou com a iniciativa de algumas equipas, como a DSM (que se chamará Picnic em 2025), de ter "camisolas que possam realmente proteger os ciclistas" e "evitar que se desgastem completamente".
Mas a possibilidade de introduzir um "safety car", como no automobilismo, não agrada nada a C. Prudhomme
"Dizer isso é não compreender que existem carros vermelhos (diretores de corrida) que, de qualquer forma, colocam uma barreira quando necessário. Por isso, não, não vejo a relação", afirmou.