Murray, três vezes vencedor de majors, retirou-se após os Jogos Olímpicos de Paris, aos 37 anos, admitindo finalmente a derrota numa longa batalha contra as lesões.
Na semana passada, Djokovic anunciou, de forma surpreendente, que ia juntar-se ao rival britânico de longa data durante a pré-época e na preparação para o primeiro Grand Slam do ano. Admitiu que Murray, nascido apenas uma semana antes de si, foi apanhado desprevenido, mas que "a ligação foi muito rápida".
"Estava a tentar perceber o que precisava nesta fase da minha carreira, porque parei com o meu (antigo) treinador Goran Ivanisevic, com quem tive muito sucesso e trabalhei durante muitos anos, em março. Por isso, demorei cerca de seis meses a pensar se precisava de um treinador e, se sim, quem seria e qual o perfil do treinador", contou Djokovic à Sky Sports.
"Estávamos a analisar nomes e apercebi-me que o treinador perfeito para mim, nesta altura, seria alguém que tivesse passado pelas experiências que estou a viver, possivelmente um vencedor múltiplo de Grand Slams, um antigo número um (mundial). Estava a pensar em pessoas diferentes e apareceu a discussão sobre Andy Murray comigo e com a minha equipa", continuou.
Djokovic, que acabou com a espera pelo ouro olímpico em Paris este ano, está empatado com Margaret Court no maior número de títulos do Grand Slam conquistados por qualquer jogador, mas 2024 foi o primeiro ano em que não levantou um major desde 2017.
O sérvio, que disse que a colaboração também foi uma surpresa para ele, espera que a chegada de Murray o ajude a desafiar a juventude de Jannik Sinner e Carlos Alcaraz, que estabeleceram um novo domínio masculino.
"Ainda quero ser forte porque sinto que o meu corpo me está a servir bem. Ainda tenho motivação para ganhar Grand Slams, fazer mais história. Essa é uma das principais razões pelas quais pedi ao Andy para trabalhar comigo, porque ainda tenho grandes planos, por isso, enquanto for esse o caso, vou continuar", disse Djokovic.
Os dois jogadores eram membros do chamado Big Four ("Os quatro grandes"), juntamente com Rafael Nadal, que se retirou no início deste mês, e Roger Federer, que deixou o desporto em 2022.