Depois da derrota pela margem mínima diante do Inter, em Milão, a contar para os oitavos de final da Liga dos Campeões, Sérgio Conceição fez duas alterações no onze: Wendell rendeu Zaidu, Grujic ficou no banco e Danny Namaso juntou-se a Taremi no ataque.
Já Daniel Sousa, privado de Carraça (emprestado pelos dragões) e o suspenso Vítor Carvalho, foi obrigado a lançar Zé Carlos e Pedro Tiba na equipa inicial, em comparação com o empate (1-1) na receção ao Vizela.
Entrada de rompante
Os azuis e brancos não tiveram meias medidas: logo no primeiro lance do jogo, Taremi fez abanar as redes barcelenses, mas o tento foi anulado por fora-de-jogo. Para que não restassem dúvidas, o iraniano voltaria a marcar quatro minutos depois, desta vez a valer. Em saída rápida para contra-ataque, Taremi deu a Danny Namaso, o inglês galgou uns metros e devolveu ao avançado na área que, sozinho, rematou de primeira diante de um desamparado Andrew.
Cinco minutos depois, os dragões tiveram uma grande chance para dobrar a vantagem, mas Pepê conseguiu falhar o alvo quando o mais fácil era marcar. Mérito para a insistência de João Mário, que não deixou a bola sair e devolveu-a para a pequena área, o brasileiro solto de marcação e de baliza aberta atirou por cima. Pouco depois, foi Namaso dentro de área que fintou e disparou à trave.
A forte entrada do FC Porto estonteou os gilistas que demoraram a responder, mas desengane-se quem ache que estavam amorfos. A formação de Daniel Sousa teve o mérito de equilibrar o encontro e começar a aparecer com bola em zonas perigosas a partir dos 20 minutos. Aos 26, Boselli apareceu em zona prometedora na área e aqueceu as luvas de Diogo Costa.
No minuto seguinte, o Gil Vicente marcou mesmo e... pelo suspeito do costume. Wendell foi apanhado a dormir pelo passe de Tomás Araújo para as suas costas, Zé Carlos ganhou a linha e, já dentro de área, serviu Fran Navarro na pequena área que só teve de encostar para se tornar no melhor marcador de sempre da equipa na Liga Portugal.
A a(VAR)ia do Dragão
Esperava-se uma reação do FC Porto e ela veio... errada. Aos 36 minutos, numa jogada bem construída pelos barcelenses, Murilo, à entrada da área, fez um passe a isolar Boselli, João Mário tentou o carrinho e tocou com a mão na bola, já no chão. À primeira, Rui Costa mostrou o cartão amarelo, mas alertado pelo vídeoárbitro consultou o monitor e mudou a cor para vermelho.
Com um a mais, a crença gilista cresceu. Três minutos depois, Murilo tabelou com Kanya Fujimoto e, tal como Namaso, fuzilou a trave. Em cima do intervalo, nova a(VAR)ia nas hostes portistas. Num lance aparentemente inócuo, Rui Costa mandou parar o jogo e consultou novamente o monitor para descortinar um pisão de Uribe sobre Boselli na área quando o colombiano tinha a bola.
Imune à polémica estava Murilo. No frente a frente com Diogo Costa, um especialista com provas dadas esta temporada na defesa de grandes penalidades, atirou colocado para a direita do guarda-redes que ainda tocou na bola, mas não evitou a reviravolta. Balde gelado no Dragão com a vantagem para os visitantes ao intervalo.
Lei de Murphy
Diz-nos a lei de Murphy que tudo o que pode correr mal, correrá mal... e na pior altura. Como se fosse preciso mais provas para comprovar as verdades universais, Uribe fez esse favor a Sérgio Conceição. O técnico até tinha lançado Gonçalo Borges e Zaidu - retirando Wendell e o inspirado Namaso - ao intervalo, mas de pouco valem as soluções quando os problemas aumentam. O colombiano fez uma falta dura - depois de ter visto o amarelo no lance do penálti - e também foi expulso.
Reduzidos a nove, os dragões tentaram de tudo para chegar à igualdade. A celebrar o 40.º aniversário, Pepe assim que recuperava a bola avançava para o ataque à procura de furar a defesa gilista. As meias oportunidades estavam lá, mas não passavam disso. No seguimento de um canto, Gonçalo Borges ficou com a sobra ao segundo poste, mas atirou torto.
Murphy era um otimista
Mantemo-nos nas teorias. A primeira lei de Finnagle refere que "se a experiência resulta, alguma coisa correu mal". O ímpeto dado pelo capitão do FC Porto soltou uma explosão de apoio nas bancadas que transformou os nove jogadores em dragões de sete cabeças. Aos 68 minutos, o ataque desdobrou-se pela direita, Pepê tirou um cruzamento para a pequena área e apareceu Eustáquio a finalizar para o empate... prontamente anulado por fora-de-jogo do canadiano.
Já o Gil Vicente mostrava-se inofensivo. Com muito espaço para atacar e contra-atacar, a turma de Daniel Sousa mostrava-se mais atarantada com dois homens a mais do que 11 contra 11. A cinco minutos do fim, os barcelenses atacaram em superioridade numérica num lance prometedor, mas Bilel dentro de área atirou muito por cima.
Foi o último pontapé perigoso num jogo que ficou resolvido ao intervalo. Com estes três pontos, o Gil Vicente respira de alívio fora da zona de despromoção e ganha um balão de oxigénio de 10 pontos, ficando apenas a quatro da meta imaginária dos 30 pontos que, por norma, asseguram a manutenção.
Já o FC Porto, fica a oito pontos do líder Benfica e pode ser ultrapassado pelo SC Braga, caso os arsenalistas vençam o Vitória de Guimarães na segunda-feira.
Homem do jogo Flashscore: Murilo (Gil Vicente).