“Quando se fala num ato eleitoral, não se fala em eleger um homem só. A lista cumpre com o meu objetivo inicial, que era juntar a experiência e a estabilidade do atual COP a novas pessoas que dão um elã e uma força nova ao COP para os próximos quatro anos. É bem preciso que tenhamos muita força, pois há muita coisa para fazer”, disse à Lusa.
Laurentino Dias falou à margem de um debate promovido pela sua candidatura sobre a importância do COP no desporto, que reuniu o medalhado olímpico Nuno Barreto (bronze na vela nos Jogos Atlanta1996), o antigo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo Fernando Mota e a treinadora de ginástica artística feminina Sara Nabais.
“A nossa candidatura não é de laboratório. Não perguntamos o que devíamos dizer ou fazer a ninguém. Reunimos consecutivamente as federações desportivas, treinadores e atletas, com vários debates e reuniões coletivas para prepararmos o nosso programa e limarmos os nossos projetos, para sentirmos que a nossa candidatura vale a pena e era partilhada pela grande maioria das pessoas do movimento desportivo”, apontou ainda.
Juntar personalidades “muito importantes no sistema desportivo nas diferentes áreas” confere “mais força e responsabilidade” à sua candidatura, salientou, lamentando as recusas de Fernando Gomes, adversário eleitoral, em participar em diversos debates.
“Fazemos debates com toda a gente, mas temos pena de não poder fazer um onde as duas candidaturas se cruzassem e se pudesse perceber a todas as pessoas quais são as diferenças, para que a decisão do voto seja consciente. É preciso que se percebam as diferenças de projeto, de propostas e de filosofia sobre o que deve ser o COP”, frisou.
Em comunicado enviado à agência Lusa pela sua assessoria de imprensa, Laurentino Dias revela que recebeu quatro convites para debates públicos com Fernando Gomes, dando resposta “positiva a todos”, ao contrário do seu adversário, que declinou todos.
“As eleições democráticas, por natureza, instituem a obrigação do debate, da partilha, da diferença e da discussão. É pena que uns cumpram e outros não”, expressou o ex-governante, assegurando que está pronto para ter um debate “até ao derradeiro dia”.
Durante o evento, o secretário de Estado da Juventude e Desporto entre 2005 e 2011 reforçou que a sua lista é a continuação da “forma brilhante” como o COP foi guiado pela “personalidade de excelência” de José Manuel Constantino, que considerou que, se olhasse para os papéis das candidaturas, “rever-se-ia com grande orgulho” na sua.
“Depois de eleitos, vamos propor a cooptação de mais quatro pessoas (representantes da esgrima, ginástica, vela e ténis de mesa) para reforçar o contingente de dirigentes e ter mais condições para cumprir a nossa missão. Queremos que o COP seja exemplo de transparência e integridade. Trabalharemos com federações olímpicas e não olímpicas em pé de igualdade, percebendo os seus problemas e dificuldades. Gosto de desafiar a letargia. Há uma série de coisas que vamos ter de mudar e ajudar a aperfeiçoar”, disse.
Laurentino Dias, de 71 anos, abordou ainda o tema das verbas das apostas desportivas, em que “quatro federações recebem 97%” desse dinheiro, com o resto a ficar com 3%.
“Se querem que esta realidade continue para os próximos anos, esqueçam-se de mim. Arranjem outro candidato ou votem noutro qualquer. Se querem que isto mude, então acreditem, que estou disposto a ir à luta para que isto mude. Se continuar, o desporto em Portugal vai a caminho do abismo”, atirou o líder da lista ‘Unidos pelo Olimpismo’.
O sufrágio, que opõe a lista A, encabeçada por Laurentino Dias, e a lista B, liderada por Fernando Gomes, decorre em 19 de março, na sede do organismo olímpico, em Lisboa.