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Europeus de Judo: Otari Kvantidze quer afirmação e encara todos sem medo

Otari Kvantidze representa Portugal nos Europeus
Otari Kvantidze representa Portugal nos EuropeusFederação Portuguesa de Judo
Um bom início de ano, em que lutou pelo bronze no Grand Slam de Paris, reforça a convicção do judoca Otari Kvantidze que é preciso encarar todos os adversários por igual, quando o objetivo é conquistar títulos.

“Se queres medalhar e se queres chegar a um nível tens que marcar e ganhar aos judocas mais fortes. Por isso, no ano passado no Europeu o meu terceiro combate foi contra o Heydarov, que foi campeão da Europa, campeão mundial e campeão dos Jogos Olímpicos”, começou por lembrar o judoca, em declarações à agência Lusa.

A poucos dias de marcar presença no seu segundo Europeu, Kvantidze assume ter como objetivo conquistar medalhas nos grandes palcos, caso dos Europeus, Mundiais ou com a fasquia mais elevada, em Jogos Olímpicos, e esse caminho apenas se faz lutando com todos.

“E não senti nenhuma pressão, sentia-me até motivado, só que assim, não correu bem, mas eu não sinto isso. (…) Eu não luto com nomes, eu luto com uma pessoa que também trabalha e eu também trabalho. Não temos, eu não sinto, nenhuma diferença”, reforçou.

O judoca, de 21 anos, de ascendência georgiana, à semelhança do internacional Anri Egutidze, começou a lutar ainda aos 11 anos e aos 14, já em Portugal, manteve a ligação à modalidade, estando desde o primeiro dia no Sporting.

Oto, diminutivo com que é, carinhosamente, tratado, sabe que é o momento de se manter na roda principal do judo, depois de uma transição de júnior, categoria em que vice-campeão europeu e bronze por equipas em -73 kg.

“No terceiro ano de juniores consegui uma medalha no European Cup (em Berlim), um terceiro lugar, e depois fui vice-campeão da Europa nos juniores (em Haia)”, assinalou ainda o judoca, com vontade de continuar a ter conquistas nos seniores.

Kvantidze tem apenas como garantida a sua vontade de fazer melhor, com a certeza de não ter medos quando entra no tatami, apesar de ser um judoca novo entre a elite, o que lhe dá uma posição mais baixa no ranking.

“Se tiveres medo e se sentires a pressão não vais conseguir, só sem estas sensações é que vais conseguir”, avisa.

Outro aspeto importante para Kvantidze é a mudança recente nas regras de combate, nomeadamente com o regresso do yuko, pontuação mais baixa que veio devolver maior ritmo aos combates, evitando que se prolonguem em golden score, quando existe equilíbrio.

“Com esta regra aumentaram o ritmo de combate. Porque quando uma pessoa marca o yuko, tens que marcar pelo menos o yuko ou wazari, ou seja, o combate vai ganhando ritmo assim”, defendeu.

Em Podgorica, nos Europeus que decorrem a partir de quarta-feira, Kvantidze compete na quinta-feira, dia destinado aos pesos intermédios, entre as quais os -73 kg, categoria em que o judoca é 16.º entre os 41 inscritos.

Na competição, Portugal entre com um total de nove judocas, Catarina Costa (-48 kg), Raquel Brito (-52 kg), Taís Pina (-70 kg), Bárbara Timo (-70 kg) e Patrícia Sampaio (-70 kg), em femininos, e Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).