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Europeus de Natação artística: Sensação de “dever cumprido” após primeiro dia

Ana Carvalho e Inês Dubini ficaram em 9.º no dueto técnico do Europeu Funchal 2025
Ana Carvalho e Inês Dubini ficaram em 9.º no dueto técnico do Europeu Funchal 2025Federação Portuguesa de Natação
A seleção portuguesa de natação artística fechou esta segunda-feira com sentimento de “dever cumprido” o arranque dos Europeus no Funchal, com um quinto e um nono lugares, de Maria Beatriz Gonçalves e Daniel Ascenso, e o nono de Anna Luiza Carvalho e Inês Dubini.

Cumprimos a nossa parte. Estávamos nervosas no início, mas sentimo-nos bem durante a coreografia e demos o nosso melhor. Foi uma sensação de dever cumprido, quando vimos o resultado”, disse à Lusa Anna Luiza Carvalho, que, em equipa com Inês Dunini, foi nona em dueto técnico.

No Complexo Olímpico de Piscinas do Funchal, na Madeira, a dupla lusa de 19 anos logrou 230.5825 pontos, na primeira vez neste patamar, com uma coreografia acompanhada de músicas do musical “Chicago”.

Dubini destacou o “esquema limpo, sem ‘basemarks’”, como sinal de bom resultado, mesmo que tenha ficado aquém, por apenas um lugar, do oitavo lugar, fasquia que a dupla considerava possível na estreia em Europeus.

Com uma bancada cheia e ‘barulhenta’ no apoio aos portugueses, a treinadora, Sílvia Pinto, disse à Lusa que também as técnicas “sofrem muito”, tendo estado “muito nervosa” pelo acumulado de horas de trabalho, ‘roubadas’ à família, a amigos e à faculdade, que estes dois minutos e 25 segundos implicam.

São muitas horas, da minha parte, da parte delas. (...) Sentimos o peso de representarmos o nosso país, mas também do tanto que nos empenhámos, tantas horas no cais da piscina, a ver vídeos, preparar treinos, a arrancar todos os recursos possíveis”, nota.

Uma “muito orgulhosa” treinadora da dupla salientou este resultado como “muito importante” e, como há “sempre coisas a melhorar”, competir contra as melhores do continente deixa o trio com vontade de “trabalhar ainda mais” e evoluir, mesmo sem os recursos financeiros das principais potências da modalidade.

As duas jovens voltam a competir na quarta-feira, em dueto livre, em que foram sétimas nos Europeus de 2024, seguindo a trajetória ascendente na carreira.

Sensação de superação também de Maria Beatriz Gonçalves, de volta à competição depois de sete meses de recuperação de uma cirurgia numa anca, já depois de ter conseguido, com Cheila Vieira, os melhores resultados da história da natação artística portuguesa.

Em dueto misto, o quinto lugar foi uma “ótima estreia” ao lado de Daniel Ascenso, de 21 anos, nos sextos Europeus de elite para Gonçalves, que reconheceu que é “sempre estranho” viver um recomeço, mas que este “correu bastante bem”.

Os lusos, que representam o GesLoures, conseguiram 155.7034 pontos, fruto de 78.3784 de elementos e 77.3250 de impressão artística, com 4.13 de penalização, mas sem ‘basemarks’ (outro tipo de penalização, por não executarem com sucesso um elemento ou híbrido declarado).

“É diferente, porque foram muitos anos com a Cheila. Até é estranho estar sem ela. Mas foi muito positivo. Parecendo que não, vir de uma cirurgia, ter ouvido que podia nunca mais competir e, sete meses depois, estar a competir, é muito bom”, revelou.

Daniel Ascenso, que na quarta-feira se junta à parceira habitual, Filipa Faria, no dueto livre, gabou a “experiência bastante positiva”, da qual espera que possam “retirar daqui coisas para continuar a trabalhar e a evoluir”.

Hoje, já me ajudou a mandar embora uma boa parte dos nervos. Já experienciei aquilo que vou sentir daqui a dois dias, mas não da mesma maneira”, atirou.

Na terça-feira, não há portugueses em prova nos Europeus de natação artística, no Funchal, com finais previstas para solo, masculino e feminino, e a prova por equipas, todas em estilo livre.


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