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Ex-médico de Maradona aponta "falta de cuidado" antes da sua morte

Exige-se justiça para Maradona
Exige-se justiça para MaradonaLUIS ROBAYO / AFP

A insuficiência cardíaca que causou a morte de Maradona deveu-se a uma "falta de cuidado", afirmou na terça-feira um dos médicos envolvidos na sua autópsia, durante o julgamento da morte da estrela.

Maradona morreu de edema pulmonar causado por insuficiência cardíaca em 25 de novembro de 2020, durante uma estadia em casa após uma neurocirurgia.

Sete profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, o psiquiatra e um psicólogo) são acusados de homicídio intencional, uma acusação que implica que estavam conscientes de que as suas acções poderiam causar a morte. Um oitavo arguido - um enfermeiro - será julgado num processo separado.

"Tratava-se de um doente com insuficiência cardíaca latente que, devido à falta de cuidados com os factores modificáveis (hábitos ou medicamentos), desenvolveu uma insuficiência cardíaca" que terminou em edema, declarou Mario Schiter.

Trata-se de um médico que tratou Maradona durante a sua hospitalização em Cuba no início de 2000, que participou na autópsia a pedido da família e que depôs como testemunha na terça-feira no julgamento que decorre em San Isidro, um subúrbio do norte de Buenos Aires perto da cidade de Tigre, onde a estrela argentina morreu.

Schiter tinha recomendado à família que o jogador fosse transferido para um centro de reabilitação após uma neurocirurgia, semanas antes da sua morte.

"Unidade cardioprotegida"

"Levá-lo de um hospital de alta complexidade para casa, conhecendo o doente, pareceu-me arriscado", disse o médico, que explicou que Diego Armando por vezes não cumpria os tratamentos.

No caso de uma hospitalização domiciliária, "teria optado por equipar o local como se fosse uma unidade cardioprotegida", com um desfibrilhador e equipamento médico como um eletrocardiógrafo, equipamento para análises laboratoriais, oxigénio e equipamento de ventilação não invasiva, disse o intensivista.

Várias testemunhas disseram ao longo do julgamento, que começou a 11 de março, que não havia nenhum destes objetos na casa onde o 10 morreu.

Esta terça-feira à tarde, está previsto o depoimento de Verónica Ojeda, que foi companheira do ex-futebolista entre 2005 e 2014 e é mãe do mais novo dos seus filhos, Diego Fernando, de 12 anos.

Este julgamento prolongar-se-á, pelo menos, até julho, com o depoimento de dezenas de testemunhas. Os arguidos podem apanhar entre oito e 25 anos de prisão.