Este fim-de-semana na Escócia assistiu-se a um gesto de fair-play pouco comum no mundo do futebol. Durante o embate dos oitavos de final da taça, Michael Beale, treinador do Rangers, pediu à equipa para permitir o golo do Partick Thistle.

O motivo? Aos 71 minutos, quando o conjunto do segundo escalão se preparava para devolver a bola ao Rangers, Malik Tillman apoderou-se do esférico, correu em direção à área e marcou. O momento despoletou a fúria dos jogadores do Partick Thistle e o caos instalou-se no relvado de Ibrox.

De fora a serenar os ânimos, Michael Beale chamou o capitão do Rangers, James Tavernier, e pediu para que a equipa permitisse um golo ao adversário para repor o empate que até então se verificava no marcador. E assim, foi, Tiffoney (74 minutos) correu até à área contrária, sem qualquer oposição, e fez o 2-2.

Um gesto de fair-play recompensado, já que aos 86 minutos Sands fez o golo da vitória (3-2) que colocou o Rangers nos quartos de final da competição.

“Acho que o Tillman não percebeu que tínhamos colocado a bola fora para ele ser assistido. Quando ele se levantou não tinha percebido, falei com ele e confirmou que tinha acontecido, por isso dei a ordem à equipa. O Malik Thilsman é um grande jogador e não quero este tipo de ações associada a ele, não é alguém mal-intencionado. Além disso, não precisamos deste tipo de coisas para ganhar ao Partick Thistle em casa. Foi a coisa correta a fazer”, explicou o técnico no final.

À semelhança de Bielsa

Este não é caso virgem no futebol profissional do Reino Unido. Em abril de 2019, durante um jogo do Championship, segundo escalão de Inglaterra, o Leeds marcou ao Aston Villa enquanto um dos jogadores da equipa de Birmingham estava no chão. O lance gerou contestação e no seguimento da jogada, Marcelo Bielsa ordenou à equipa para permitir ao adversário marcar.

“O futebol inglês é conhecido pelo fair-play, por isso acho que não preciso de comentar muito este tipo de situações”, explicou o argentino na altura.